Pois é! Estou aqui,
Comendo o fruto que o pé da Vida me enfia,
Goela abaixo.
Estou nauseada.
É o mesmo sabor quase sempre;
O apetite já se gastou.
O apetite já nem reconhece as iguarias.
Ainda não tenho emprego,
Uso e abuso do dinheiro,
A cujo horizonte nunca tive acesso.
Vem com o corpo gasto do meu pai.
Extravaso e sempre me sinto cansada,
Exausta,
Em estafa.
Deprimida com o excesso de vida,
Decepcionada com a estirpe humana.
O ônibus pára.
O fluxo de carros da via ao lado é imensurável;
Quanta gente.
Quanto vigor de Deus.
Cada criatura assentada ao ônibus tem consciência de si.
Quanta agilidade de Deus.
O sinal está verde,
São tantos ônibus para virar à direita.
Vamos aproveitar essa empreitada.
A curva é feita...
Sacolas despencam ao lado oposto,
Forças batizadas pela Física.
Meu corpo é atingido por um sol já distante,
Das cinco da tarde.
Claridades imersas em florestas impalpáveis.
Sombra e sol...
Intervalo de sol e sombra.
Ainda dentro do ônibus.
Felizes são as populações dos jazigos perpétuos.
Desço, sem pensar, e a rua me recebe.
Ainda há um itinerário que precede minha casa.
Estou ligada.
Os deuses da Mitologia me inquietam.
E estão todos bem vivos...
Até as populações dos jazigos perpétuos estão bem vivas,
Já que existem tantas consciências daqui deste lado.
great! (odeio inglês)
ResponderExcluirvc merce um elógio diferente!
tem um texto legal no meu blog, o amor e a loucura.
bjs!
faltou um "e"
ResponderExcluir