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30 de novembro de 2008

Profissão do futuro: ventríloquo

Por Carolina Fellet
Ser esteta está na moda.
À medida que os comportamentos se alteram,
O mercado
de trabalho o acompanha.

Então,
Conforme
as mulheres botocadas perdem os movimentos da face –
Inclusive os da boca –
A profissão mais promissora do momento é a de ventríloquo.

28 de novembro de 2008

por carolina fellet

Vem vento da janela do vizinho...
Fica retido na fresta...

Balança blusas umedecidas o varal...
Mostra a metafísica.

Documentário


Por Carolina Fellet


Olho nu, às vezes, deixa escapar a tônica da cena.
A centopéia
rebola,
Mas a gente se distrai com o céu
e com as sombras que ele faz no gramado.
No vídeo, os quadris das mil perninhas mexem sem pudor.

Pan


Por Carolina Fellet


O estado em que a vida se estagnou encontra identidade em tudo que se alimenta da minha janela.
A luz vinda
do vizinho,
O movimento bem suave das
bananeiras,
A tartaruga dentro do aquário.

Novas safras de gente

por Carolina Fellet



A casa é, por DNA, estática.
Nela há uma família.

Impressões e sentimentos
Dramatizam os móveis,
Movimentam
os quadros
E dão alma aos quartos.

Quando surge a outra geração,
Sob olhos blasé e tio Patinhas,
Todos salivam por
promissoras heranças
Em meio aos escombros.

26 de novembro de 2008

por Carolina Fellet
O tempo em Juiz de Fora vai do blasé à cocaína no ínterim do mesmo dia.

Anda, a vida está correndo

Por Carolina Fellet


Não vale a pena.
Não, não vale mesmo.
Discórdia.
Porque
a Vida trava-se nessa mazela,
Na manutenção dessa má digestão
.


Enquanto poderia estar em dia com um belo canteiro de orquídeas,
Enquanto poderia estar sintetizando aromas
ao encontro do Oriente.


Não.
A discórdia não compensa.
Os motéis poderiam estar
empapuçados de prazeres.
A vaca poderia cumprir sua serenidade ruminando o dia todo 100g de matinho.
Mas a discórdia engessa o Mundo.

O que era para ser um segundo,
De repente,
É um freezer de sorrisos.

Sentimento outorgado

Por Carolina Fellet
A angústia – com sua mancha invencível – tingiu todo o oceano da garota.
Não há
mais movimentos,
Não há mais enfe
rmos.
O universo está paralisado.

12 de novembro de 2008

Troca de DNA

Por Carolina Fellet

Gosto de olhar para o alto.
Telhados se rendem
ao céu.
O céu me evapora.
Passo a sê-lo.
E quando me retomo,
Fico
demasiadamente tonta.

5 de novembro de 2008

Virtualizar


Por Carolina Fellet
Esvaziei todas as gavetas. Me desfiz de tanta matéria. Me rendi ao desfigurado.