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31 de agosto de 2010

Curiosidades do mundo Pós-Moderno

por carolina fellet

O mundo mudou.
O velho alicate da manicure foi substituído por uma piscina natural repleta de peixinhos que se alimentam de cutícula.
O talentoso cérebro dos taxistas cedeu espaço ao GPS.
Cursinhos de inglês perdem aluno progressivamente. Os estudantes preferem aprender idiomas estrangeiros “in loco”.
A sangria das mulheres estancou. Basta elas tomarem meia-dúzia de cápsulas.
A nova geração nasce sem siso.
Indesejáveis pelos são extirpados com o laser.
Felicidade sintética é vendida nas farmácias.
“Procura-se um amor” permanece vitalício nas manchetes de jornal.
E as manicures continuam sendo o veículo de comunicação mais eficaz.

Ex

por carolina fellet

Dia desses me deu uma vontade de ligar para o ex. Mas, como sempre faço um balanço com as sugestões articuladas pelo meu ID e SUPEREGO antes de tomar qualquer decisão, optei por não lhe telefonar.
Afinal, vai que ele tenha extirpado de toda a linfa a “estação carolina”. E eu estou sem nutrientes básicos para me lhe enraizar de novo.

Sobre a dependência química

por carolina fellet

Não sou usuária de drogas e nem simpatizante – nunca fui!
Porém, percebo que os toxicômanos da minha geração tiravam muito mais proveito dos efeitos dos entorpecentes. Escreviam, compunham melodias e letras de músicas, pintavam quadros...
Hoje, dependentes químicos babam e morrem em festa rave.

26 de agosto de 2010

por carolina fellet

Pessoas se encastelam e deixam a natureza do inanimado dominá-las. Ter riqueza é interagir com as posses; dinamizá-las rumo à Felicidade.

24 de agosto de 2010

por carolina fellet

Todo "new rich" que se preza faz mechas no cabelo. A impressão que dá é de que a pessoa está estampada.
Então, aí vai um conselho para os mechados: não vistam xadrez nem bolinhas.

21 de agosto de 2010

Homens: são todos iguais?

por carolina fellet

Decepção amorosa é tão fatal quanto o despontar de um par de seios – para as mocinhas. Linda ou feia, gorda ou magra, inteligente ou burra, animada ou depressiva, ela sempre aparece em determinado momento da vida de qualquer menina.

Àquelas que empreendem muita expectativa no parceiro, a primeira frustração amorosa pode ser letal. Porque em vez de o tempo seguir seu status natural e aliviar a dor da perda – ou de traição e maltrato – ele parece potencializá-la. Consequentemente, liquida a saúde (ou a própria vida) de quem esteve sob suas rédeas.

Assim que me estreei na seção da paquera, estive sujeita a seus louros e a suas intempéries, inevitavelmente. E o que pude ponderar disso é que os conflitos se enraizavam em mim com muito mais facilidade que as glórias.

Por anos a fio, ficava imersa nas águas paradas da tristeza; sem vislumbrar melhora e novas perspectivas. Encarava o desleixo masculino como consequência de uma falha única e exclusivamente minha.

Porém, como na Natureza, as pessoas variam de estação: amadurecem, atentam-se a outros sentidos, mudam de gosto, desenvolvem expectativas diferentes.

Comigo não foi diferente.

Meu âmago conseguiu – com os destroços das minhas relações malsucedidas – me transportar à razão.

Hoje racionalizo meus fracassos, principalmente os amorosos, e penso: tudo de extraordinário que o outro possui é mais uma projeção nossa em relação a ele, e menos uma verdade autossuficiente.

Em suma: os homens são, sim, todos iguais. Os “melhores” são apenas o produto de nosso investimento altruísta neles – bonzinho, bonitinho, trabalhadorzinho...

12 de agosto de 2010

Tatuagem e piercing: novas perspectivas

por Carolina Fellet

Quando a pauta desta matéria foi pensada, sua principal intenção era associar as intervenções estéticas em questão ao fetichismo. Afinal, o próprio habitat das tattoos e dos piercings – a pele – é cheio de regiões erógenas.

No entanto, o foco pretendido cedeu espaço a outras interpretações a essas alterações estéticas.

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Existem muitos registros que relacionam as primeiras tatuagens, feitas entre 4000 e 2000 a.C. no Egito, e os primeiros piercings, utilizados pelos esquimós no Alaska, a, respectivamente, rituais religiosos e demarcação da transição para o mundo adulto.

Na segunda metade do século XIX, o Governo inglês utilizou a tatuagem como forma de identificação de criminosos. Posteriormente, no Brasil, a partir de 1960, os estabelecimentos em que as tatuagens eram feitas situavam-se nas imediações dos portos, onde funcionava também a zona boêmia. Não tardou para que as prostitutas se rendessem aos adereços cravados na própria pele. Por esses motivos, principalmente, é que a tatuagem, por muito tempo, esteve associada à marginalidade.

Atualmente, alterações no corpo são cada vez mais comuns; ora para homogeneizar as pessoas – quase todos querem estar magros e não medem consequências para chegar às medidas desejadas –, ora para diferenciá-las, através de cortes e tintura de cabelo, de tatuagens e perfurações.

O estudante, DJ e pretenso funcionário público Rafael Kegele Lignani, 23 anos, fez seu primeiro piercing aos 18, assim que saiu do colégio ortodoxo onde estudava. “Piercing dentro daquela escola era sinônimo de problemas homéricos”. A primeira tatuagem ele fez por volta dos 20 anos.

Hoje em dia, as perfurações e tattoos de Lignani formam uma família: são dois alargadores – um em cada orelha; um piercing na sobrancelha e outro no queixo. Além de três tatuagens: uma no ombro e mais duas – uma em cada panturrilha.

O porquê dessas intervenções estéticas o jovem atribui, genericamente, ao charme que lhes é natural, mas faz algumas restrições: “uma tatuagem de uma índia ou a de um rosto mal-executado não podem ser incluídas nessa categoria de intervenções extremamente charmosas”.

Com a jornalista Vivian Oliveira Ribeiro, 24, a primeira alteração no próprio corpo aconteceu mais cedo; quando ela tinha 16 anos. “Juntei dinheiro e paguei (um piercing no umbigo). Tudo com o consentimento da minha mãe”. Depois, Vivian fez outros furos nas orelhas e um no nariz. A primeira tatuagem ela fez aos 19, também sob aprovação dos pais.

No seu atual balanço de perfurações e desenhos, encontram-se três tatuagens e três piercings. Cada um deles representa para ela um gesto de vaidade.

Também jornalista, Roberta Barreto, 24, colocou o primeiro piercing muito precocemente; aos 13 anos. O motivo? Um pacto com as colegas da época – que também se submeteram a perfurações – cujo lema era não se afastarem umas das outras.

Aos 21 anos, Roberta tatuou no pé a frase “Papai, obrigada!”, em homenagem a seu falecido e saudoso pai. Hoje, ela já tem uma pequena coleção de alterações feitas na própria pele.

Para ela, tatuagem é muito mais que modismo e ato de vaidade. “Não creio que haja tantas pessoas que marcam o corpo apenas para parecer moderno”.

O que diz o especialista

Segundo o tatuador Hugo de Oliveira Lemos, 24, tatuar é “traduzir a ideia de uma pessoa para um desenho no corpo”, o que ele classifica como expressão artística. O significado dado a esta cabe ao tatuado, que, em muitos casos, escolhe o desenho a ser feito no próprio corpo sob influência da mídia – em especial da televisão – e da situação por que está passando.

Quem não se lembra da tatuagem que a atriz Deborah Secco fez em homenagem ao namorado da época Falcão? Depois de aparecer no Fantástico falando sobre o gesto de amor, muitas “deboras” fizeram tattoos com os nomes de seus amados em diferentes partes do corpo.

De acordo com Hugo, os preços das tatuagens variam. Levam-se em conta o tamanho, o local, o material usado. O preço mínimo cobrado por um profissional que utiliza produtos de qualidade é em torno de R$60,00.

E você, já decidiu a parte do corpo que vai abrigar sua tattoo?

10 de agosto de 2010

por carolina fellet

Encontro a dois programado para o fim de semana sempre traz uma alegria a mais para os dias úteis. Como o queijinho na pipoca; o caramelo no fundo do pote de sundae e o beijo com sabor de Sete Bello®.

Piriguetes

por carolina fellet

Às vezes sinto inveja das piriguetes, que têm audácia e muita saúde.
Mas cá fico eu com meu fôlego que aguenta cinco minutos de esteira.

Sobre falar ao telefone

por carolina fellet

Meu trauma de falar ao telefone talvez seja explicado pelo naipe de gente – sem civilidade e sem objetividade – que trafega na linha.

No fim das contas, esse pessoal serve de antídoto para minhas inseguranças.

6 de agosto de 2010

por carolina fellet

Com a agressividade de um bandido sob o efeito da cocaína, o rapaz perguntou à mocinha, na balada: “tem namorado”? E ela lhe respondeu, hesitante: “t-tenho; te-nho sim”. E o homem insistiu: “tá falando sério ou tá me dichavando”? Quase que ela perguntou se ele queria só o cordão ou levaria os anéis também.


4 de agosto de 2010

por carolina fellet

Em entrevista ao Jô, o vice-presidente da República, José Alencar, mostrou que tem magnetismo ímpar para contar histórias.

Através de um vocabulário sem rebuscamentos, ele envolve seus casos num fio firme e o entrelaça em quem o estiver ouvindo.

Pura sedução!

por carolina fellet

O problema é quando se empreita ânimo nas coisas mortas. Desespero para comprar a roupa exposta na vitrine. Aflição para pagar a prestação da Hilux.

por carolina fellet

Em pequena, adorava o universo das domésticas. De dia, elas eram formiguinhas com funções acumuladas e, de noite, supernamoradeiras.

por carolina fellet

Como tenho inveja da Hebe Camargo com sua respectiva segurança.

3 de agosto de 2010

O ipê

por carolina fellet

Sabe aqueles dias em que, numa súbita reflexão sobre a vida, a gente diagnostica um vazio total; nada de perspectivas? E sair da inércia é tão arriscado que é preferível permanecer onde está, porque qualquer movimento pode ser letal?

Transitar pela casa de um lado a outro apenas cumprindo a natureza humana. Essa é a ação que se espera dos melancólicos, os quais se dividem em dois grupos: os melancólicos-burros e os melancólicos-inteligentes.

Os primeiros se matam precocemente; sem antes cogitar a possibilidade – positiva ou negativa – de vida pós-túmulo. Já os últimos aproveitam dos recursos de que dispõem desde o nascimento para transformar as percepções em algum feito.

Rejane é uma melancólica-inteligente.

Por isso, em um de seus acessos de melancolia, ela foi para a sacada de sua casa para observar – entre transeuntes e automóveis – o ânimo da natureza. Olhou primeiro o céu, depois uns arbustos que formavam uma cerca natural em toda a extensão da rua. Por fim, seu campo visual foi invadido por um ipê amarelo e recém-nascido num quadrado de terra em meio à calçada para pedestres.

A imposição daquela vida ali no meio-fio transportou Rejane a 360º de horizonte.

...

Nunca mais ela se esqueceu do ipê de sua rua.

2 de agosto de 2010

Sobre a vingança

por carolina fellet

Não arrisco minhas delicadas mãozinhas em empreitadas de vingança. Porém, quando a Natureza resolve fazê-lo em meu nome, fico-lhe muito grata.