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31 de agosto de 2010
Curiosidades do mundo Pós-Moderno
Ex
Sobre a dependência química
26 de agosto de 2010
24 de agosto de 2010
21 de agosto de 2010
Homens: são todos iguais?
por carolina fellet
Decepção amorosa é tão fatal quanto o despontar de um par de seios – para as mocinhas. Linda ou feia, gorda ou magra, inteligente ou burra, animada ou depressiva, ela sempre aparece em determinado momento da vida de qualquer menina.
Àquelas que empreendem muita expectativa no parceiro, a primeira frustração amorosa pode ser letal. Porque em vez de o tempo seguir seu status natural e aliviar a dor da perda – ou de traição e maltrato – ele parece potencializá-la. Consequentemente, liquida a saúde (ou a própria vida) de quem esteve sob suas rédeas.
Assim que me estreei na seção da paquera, estive sujeita a seus louros e a suas intempéries, inevitavelmente. E o que pude ponderar disso é que os conflitos se enraizavam em mim com muito mais facilidade que as glórias.
Por anos a fio, ficava imersa nas águas paradas da tristeza; sem vislumbrar melhora e novas perspectivas. Encarava o desleixo masculino como consequência de uma falha única e exclusivamente minha.
Porém, como na Natureza, as pessoas variam de estação: amadurecem, atentam-se a outros sentidos, mudam de gosto, desenvolvem expectativas diferentes.
Comigo não foi diferente.
Meu âmago conseguiu – com os destroços das minhas relações malsucedidas – me transportar à razão.
Hoje racionalizo meus fracassos, principalmente os amorosos, e penso: tudo de extraordinário que o outro possui é mais uma projeção nossa em relação a ele, e menos uma verdade autossuficiente.
Em suma: os homens são, sim, todos iguais. Os “melhores” são apenas o produto de nosso investimento altruísta neles – bonzinho, bonitinho, trabalhadorzinho...
12 de agosto de 2010
Tatuagem e piercing: novas perspectivas
por Carolina Fellet
Quando a pauta desta matéria foi pensada, sua principal intenção era associar as intervenções estéticas em questão ao fetichismo. Afinal, o próprio habitat das tattoos e dos piercings – a pele – é cheio de regiões erógenas.
No entanto, o foco pretendido cedeu espaço a outras interpretações a essas alterações estéticas.
....
Existem muitos registros que relacionam as primeiras tatuagens, feitas entre 4000 e
Na segunda metade do século XIX, o Governo inglês utilizou a tatuagem como forma de identificação de criminosos. Posteriormente, no Brasil, a partir de 1960, os estabelecimentos em que as tatuagens eram feitas situavam-se nas imediações dos portos, onde funcionava também a zona boêmia. Não tardou para que as prostitutas se rendessem aos adereços cravados na própria pele. Por esses motivos, principalmente, é que a tatuagem, por muito tempo, esteve associada à marginalidade.
Atualmente, alterações no corpo são cada vez mais comuns; ora para homogeneizar as pessoas – quase todos querem estar magros e não medem consequências para chegar às medidas desejadas –, ora para diferenciá-las, através de cortes e tintura de cabelo, de tatuagens e perfurações.
O estudante, DJ e pretenso funcionário público Rafael Kegele Lignani, 23 anos, fez seu primeiro piercing aos 18, assim que saiu do colégio ortodoxo onde estudava. “Piercing dentro daquela escola era sinônimo de problemas homéricos”. A primeira tatuagem ele fez por volta dos 20 anos.
Hoje em dia, as perfurações e tattoos de Lignani formam uma família: são dois alargadores – um em cada orelha; um piercing na sobrancelha e outro no queixo. Além de três tatuagens: uma no ombro e mais duas – uma em cada panturrilha.
O porquê dessas intervenções estéticas o jovem atribui, genericamente, ao charme que lhes é natural, mas faz algumas restrições: “uma tatuagem de uma índia ou a de um rosto mal-executado não podem ser incluídas nessa categoria de intervenções extremamente charmosas”.
Com a jornalista Vivian Oliveira Ribeiro,
No seu atual balanço de perfurações e desenhos, encontram-se três tatuagens e três piercings. Cada um deles representa para ela um gesto de vaidade.
Também jornalista, Roberta Barreto, 24, colocou o primeiro piercing muito precocemente; aos 13 anos. O motivo? Um pacto com as colegas da época – que também se submeteram a perfurações – cujo lema era não se afastarem umas das outras.
Aos 21 anos, Roberta tatuou no pé a frase “Papai, obrigada!”, em homenagem a seu falecido e saudoso pai. Hoje, ela já tem uma pequena coleção de alterações feitas na própria pele.
Para ela, tatuagem é muito mais que modismo e ato de vaidade. “Não creio que haja tantas pessoas que marcam o corpo apenas para parecer moderno”.
O que diz o especialista
Segundo o tatuador Hugo de Oliveira Lemos, 24, tatuar é “traduzir a ideia de uma pessoa para um desenho no corpo”, o que ele classifica como expressão artística. O significado dado a esta cabe ao tatuado, que, em muitos casos, escolhe o desenho a ser feito no próprio corpo sob influência da mídia – em especial da televisão – e da situação por que está passando.
Quem não se lembra da tatuagem que a atriz Deborah Secco fez em homenagem ao namorado da época Falcão? Depois de aparecer no Fantástico falando sobre o gesto de amor, muitas “deboras” fizeram tattoos com os nomes de seus amados em diferentes partes do corpo.
De acordo com Hugo, os preços das tatuagens variam. Levam-se em conta o tamanho, o local, o material usado. O preço mínimo cobrado por um profissional que utiliza produtos de qualidade é em torno de R$60,00.
E você, já decidiu a parte do corpo que vai abrigar sua tattoo?
10 de agosto de 2010
Piriguetes
Sobre falar ao telefone
por carolina fellet
Meu trauma de falar ao telefone talvez seja explicado pelo naipe de gente – sem civilidade e sem objetividade – que trafega na linha.
No fim das contas, esse pessoal serve de antídoto para minhas inseguranças.
6 de agosto de 2010
por carolina fellet
Com a agressividade de um bandido sob o efeito da cocaína, o rapaz perguntou à mocinha, na balada: “tem namorado”? E ela lhe respondeu, hesitante: “t-tenho; te-nho sim”. E o homem insistiu: “tá falando sério ou tá me dichavando”? Quase que ela perguntou se ele queria só o cordão ou levaria os anéis também.
4 de agosto de 2010
3 de agosto de 2010
O ipê
por carolina fellet
Sabe aqueles dias em que, numa súbita reflexão sobre a vida, a gente diagnostica um vazio total; nada de perspectivas? E sair da inércia é tão arriscado que é preferível permanecer onde está, porque qualquer movimento pode ser letal?
Transitar pela casa de um lado a outro apenas cumprindo a natureza humana. Essa é a ação que se espera dos melancólicos, os quais se dividem em dois grupos: os melancólicos-burros e os melancólicos-inteligentes.
Os primeiros se matam precocemente; sem antes cogitar a possibilidade – positiva ou negativa – de vida pós-túmulo. Já os últimos aproveitam dos recursos de que dispõem desde o nascimento para transformar as percepções em algum feito.
Rejane é uma melancólica-inteligente.
Por isso, em um de seus acessos de melancolia, ela foi para a sacada de sua casa para observar – entre transeuntes e automóveis – o ânimo da natureza. Olhou primeiro o céu, depois uns arbustos que formavam uma cerca natural em toda a extensão da rua. Por fim, seu campo visual foi invadido por um ipê amarelo e recém-nascido num quadrado de terra em meio à calçada para pedestres.
A imposição daquela vida ali no meio-fio transportou Rejane a 360º de horizonte.
...
Nunca mais ela se esqueceu do ipê de sua rua.
2 de agosto de 2010
Sobre a vingança
por carolina fellet
Não arrisco minhas delicadas mãozinhas em empreitadas de vingança. Porém, quando a Natureza resolve fazê-lo em meu nome, fico-lhe muito grata.