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30 de dezembro de 2008

Dúvida que não cala

Por Carolina Fellet


Por que todo mundo dá panetone a porteiro em época natalina?

Ir à praia?

Por Carolina Fellet
Soa muito estranho o ser humano vislumbrar entretenimento na praia. Porque nesta as manifestações vitais céu, sol, mar, areia e seus afins se conformam ser o que são, despem-se, entregam-se à própria condição
e interagem entre si: o sol esturrica a areia; esta é afogada pelo mar; este reflete raios solares.
Rompendo a intimidade dessa ciranda surge o bípede com telencéfalo desenvolvido e ele parece estar vitimado por uma pane, afinal, praia não é lugar para esse bicho freqüentar (com trema, já que seu charme resiste
às mudanças ortográficas).

25 de dezembro de 2008

Natal no Privilège


Por Carolina Fellet
Natal: nascimento do homem que foi a melhor materialização da bondade e da luz.
Privilège:
casa noturna situada em Juiz de Fora, que fica na Zona da Mata Mineira. Como em outras boates, no Privilège, instintos associados à libido e ao hedonismo são as leis principais. Conciliar o aniversário do Menino Jesus a sentimentos vis me soa meio dissonante.
*Em lilás, link.

23 de dezembro de 2008

Morte seguida de consumo excessivo de drogas, trânsito de transeuntes no Natal e um pequeno safári

Por Carolina Fellet

Estou careca de saber que ninguém se agüenta e é justamente por isso que as ruas estão lotadas de transeuntes ávidos por não sei o quê.
Em época de Natal, andar na rua dá mais adrenalina que se amontoar em um jeep e seguir rumo a um safári. Isso porque há gentes de toda a estirpe: de pseudo-finos que se emperiquitam para ir a shoppings - mas sequer conhecem os mandamentos básicos da boa educação - a tupiniquins assumidos que o atropelam ao transitar pelas calçadas e galerias.
Outra forma muito comum de se esvair de si mesmo neste século XXI é tomando comprimidinhos entorpecentes em festas, celebrações, encontros entre amigos etc.
Numa dessas tentativas de extravasar de si próprio, uma linda jovem de 20 anos e de cujo nome não me lembro, bem perto do Natal de 2008, refugiou-se definitivamente de si: morreu e deixou pai, mãe, irmãos e afins inconsoláveis.
Portanto, se você não estiver se suportando:
*
leia livros de um autor que possua idéias bem diferentes das suas e penetre-lhe no universo;
*
faça ioga e perscrute cada postura e respiração;
*
observe o universo dos bichinhos (vale até inseto) que o rodeiam. Eles estão sob o mesmo mistério que você;
*cante e vá a shows;

*dance sozinho no quarto;
*converse com o espelho;
*use roupas diferentes daquelas com as quais você está acostumado;

*mande um cartão para um colega meio insosso;

20 de dezembro de 2008

Catástrofe em SC


Por Carolina Fellet

A Natureza é autônoma.
Existem listas de cautelas –
Obtidas
a partir do empírico –
Para lidar com ela.

Mas,

Perante qualquer transgressão humana,
Um refluxo cósmico.

2 de dezembro de 2008

Curriculum Vitae

Por Carolina Fellet
Enquanto, no ínterim da faculdade, todos estagiaram,
Produziram materiais jornalísticos em intervalos subumanos de tempo,
Acompanharam
as tendências do mercado,
Eu perscrutei o que fosse de encontro às máximas acadêmicas.

Por quê?
Porque as profissões aprendidas são arquétipos meio desbotados e rejeitados pelo
Tempo.

Passeio Turístico

Por Carolina Fellet
A aragem do centro da cidade sepulta uma ratazana, através das brechas de gentes que transitam pelo calçadão de Juiz de Fora.
São
cinco horas da tarde.
Essa mesma aura choca-se com a face de duas adolescentes que se excederam no ruge para realçar as maçãs do rosto.
O escatológico cortejando a perfeição.