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12 de março de 2009

EUA e Alemanha: jovens matam e se matam


Por Carolina Fellet
Não foram episódios sem precedentes, afinal, tanto nos EUA como na Alemanha já houve casos de mortes sucedidas pelo suicídio do assassino. Como já se cogitam por aí, talvez a própria exibição pela mídia desses ocorridos é que incite as pessoas a praticar atrocidades.
Tudo bem! Isso pode até proceder. A televisão, principalmente, por ser muito verossímil, traz as circunstâncias para bem perto das nossas retinas e as torna (circunstâncias) reais e viáveis de acontecer com qualquer um de nós. Isso acaba, por vezes, alimentando nossos ímpetos e os enaltecendo a atitudes.
No entanto, o motivo principal que leva jovens norte-americanos e europeus à matança e ao suicídio é a repressão aliada ao perfeito funcionamento da esteira social.
Desde bebês, os americanos se contêm. Não se ouvem barulhos nos restaurantes e nas áreas públicas. Não se veem casais se beijando em público. Assim que ingressam na faculdade, é preciso que garotos norte-americanos saiam de casa. Casam-se cedo e precisam se enquadrar no esquema “família perfeita”. Aparentemente “de uma hora para outra” se rebelam através de atos como o do rapaz que matou 10 pessoas numa cidadezinha americana e do alemão que matou não sei quantos em uma escola e no itinerário adjacente a ela.
É que a tolerância deles supurou. Porque tudo de que eles precisavam ficava-lhes a postos. Tudo funciona na sociedade deles. Diferentemente da cultura no Brasil, em que se necessita lutar todos os dias para viver bem e com dignidade. Essa busca incessante do brasileiro faz bem à essência humana. A estagnação é o prenúncio do desastre.

5 de março de 2009

Patrimônio psicológico

Por Carolina Fellet
O duto mais inteligente para se chegar à Inteligência é o da convivência com as pessoas. O filme “Quem quer ser um milionário”, de Pierre Coffin, corrobora isso através das experiências vividas pelo protagonista Jamal, as quais o levaram a 20 milhões de rúpias.
Somente através da convivência, principalmente com os mais próximos e íntimos, é que consegui aprimorar sentimentos mais nobres e oprimir as reverberações de quando eu habitava a selva. Alterei meu DNA. Para melhor.
Em contrapartida, conviver com pessoas desnaturadas, que leem livros e os repetem sem ganhar porcentagem das vendas e sem contemporizar ao próprio jeito as ideias neles aprendidas, é muito chato. Não exerço tolerância com enciclopédicos. Por isso, carolinizo (sou Carolina) o que aprendo.

4 de março de 2009

Cerimonial às novas ideias

Por Carolina Fellet
Palavra nova. Novas regras da ortografia portuguesa. Estética sem precedentes. E o cérebro os aceita.
O fetinho (ideia nova), em pouco tempo, entrosa-se com os matusaléns que povoam a massa encefálica. “2+2” troca figurinha com a lembrança do tio velho e falecido. Novas regras da ortografia portuguesa enterram regras senhoras. Cemitério que visito com frequência, embora agora esteja sob o ritmo do novo povoado.

Gripe e outras mazelinhas

Por Carolina Fellet
Com tanta abundância vital para o vírus da gripe se hospedar, por que ele se aloja nas pessoas e compromete-lhes o dia-a-dia? De repente, num pensamento presunçoso – ainda bem que transgredir não se limita a fôlegos orgânicos – atinjo o Surreal. Neste, fico com uma quase-certeza de que gripar e adoecer (de outras maneiras) são chances dadas do Destino às pessoas para que elas se elevem um pouco em pensamentos extraordinários e em sentimentos mais consistentes que os rotineiros.
Quando se gripa, as prioridades mudam. O prazo de entrega da monografia dá lugar à urgência para se transplantar um pulmão. Pequenas rixas com parentes e agregados se rendem a filosofias antigas e vitalícias: quem sou eu? De onde eu vim? O que estou fazendo aqui? Para onde irei?
É saudável gripar!

1 de março de 2009

Livro e Filme (crítica)




por Carolina Fellet


Sobre o livro O Nascimento do Prazer




Quando se é criança, por a ficção ter muito mais fibra que a realidade, é relativamente fácil se chegar ao prazer. Na fase adulta, no entanto, com a necessidade de se pisar – sem desequilibrar – a esteira social, a chegada ao prazer torna-se demasiado difícil.
A estrada desconhecida e, portanto, cheia de novidades e riscos para se chegar ao prazer é que é a tônica do livro da norte-americana Carol Gilligan.
O chato do livro é que ele é feito basicamente de alusões: ora à mitologia, ora a relatos de experiências incipientes de Freud, ora a clássicos da Literatura. Esses embasamentos de que foi feito o tornam sem personalidade. O bom dele se refere a reflexões originais a que nos leva: em que um trauma pode culminar, por exemplo.




Sobre o filme Quem quer ser um milionário




Mais importante que se empanturrar de clássicos, de viagens internacionais e de idiomas complexos é permitir viver as situações de forma a lhes extrair conhecimento. Foi assim que Jamal, personagem principal de “Quem quer ser um milionário”, conquistou seus vinte milhões. Vencido um passado de perdas, inclusive a morte da mãe, e misérias, ele tem a oportunidade de participar de um jogo estilo “Show do Milhão”. Diante deste, o destino e as pessoas parecem desfavoráveis a Jamal, haja vista o estilo de vida do rapaz - “vender o almoço para conseguir a janta” - e o fato de o porta-voz do jogo-programa tentar atrapalhar as escolhas do garoto.
A grande mensagem do longa alude-se a “conviver é o melhor canal para a sabedoria”.