Por Carolina Fellet
Se se pensar bem, ter sido materializado como gente é uma baita sorte. No entanto, muita gente passa despercebida pela própria existência. Daí, não procura refinar-se e, consequentemente, as próprias curiosidades e buscas giram em torno de fofocas, baixa cultura e o supérfluo, enfim.
Por outro lado, há aqueles que, com excesso de falta de humildade, acham que vieram à luz a partir de outra matéria-prima, e não da utilizada na composição da Humanidade. Esses humanos à parte costumam deslumbrar-se com viagens a Barcelona, com restaurantes em cujos cardápios só constam iguarias e com movimentos que vão de encontro a culturas vigentes.
Estes últimos indivíduos sofrem de uma miopia crônica em relação à deterioração a que estão sujeitos e à ignorância inerente à vida. A primeira porque, nas poses e nos acessos de vaidade, eles ignoram as idas ao banheiro para evacuar e a condição de incessante “perecer” a que estão sujeitos. Afinal, já se nasce morrendo um pouco. E, por fim, eles ignoram a própria ignorância quando se enchem se propriedade para opinar sobre qualquer assunto que seja. Nós somos outorgados a nós mesmos. Que know how a gente tem, portanto, para falar com intimidade das coisas?
As patricinhas anencéfalas, que comem qualquer culturazinha e juram ter total intimidade com ela, são caricatas. Mas quem quer se abster totalmente do universo já pré-estabelecido também o é.
Se se pensar bem, ter sido materializado como gente é uma baita sorte. No entanto, muita gente passa despercebida pela própria existência. Daí, não procura refinar-se e, consequentemente, as próprias curiosidades e buscas giram em torno de fofocas, baixa cultura e o supérfluo, enfim.
Por outro lado, há aqueles que, com excesso de falta de humildade, acham que vieram à luz a partir de outra matéria-prima, e não da utilizada na composição da Humanidade. Esses humanos à parte costumam deslumbrar-se com viagens a Barcelona, com restaurantes em cujos cardápios só constam iguarias e com movimentos que vão de encontro a culturas vigentes.
Estes últimos indivíduos sofrem de uma miopia crônica em relação à deterioração a que estão sujeitos e à ignorância inerente à vida. A primeira porque, nas poses e nos acessos de vaidade, eles ignoram as idas ao banheiro para evacuar e a condição de incessante “perecer” a que estão sujeitos. Afinal, já se nasce morrendo um pouco. E, por fim, eles ignoram a própria ignorância quando se enchem se propriedade para opinar sobre qualquer assunto que seja. Nós somos outorgados a nós mesmos. Que know how a gente tem, portanto, para falar com intimidade das coisas?
As patricinhas anencéfalas, que comem qualquer culturazinha e juram ter total intimidade com ela, são caricatas. Mas quem quer se abster totalmente do universo já pré-estabelecido também o é.