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31 de março de 2010

Por quê?

por carolina fellet

A gente nasce pequenininho. Depois vai ficando extenso. De onde vem tanta matéria-prima? A vida é autônoma!
Por que existe o apego às pessoas? Quando elas morrem, por que sentimos tanta saudade? De onde vêm os ingredientes da lágrima? A morte é um crime. Um bandido com passos silenciosos que pinça certos queridos e os leva para onde?
Por que nos consideramos civilizados, sendo que ainda temos garras, odores, índoles? Ainda sangramos sem morrer. As unhas e cabelos e pelos insistem em crescer.
Por que o coração, por conta própria, resolve parar de bater? Qual será meu prazo de validade? Qual será minha última impressão? Minha última sobremesa? Meu último beijo apaixonado?

Metafísica pura

por carolina fellet

A temporada na Vida é curta até para os que chegam aos 110 anos. Nunca conheci ninguém que vivesse a tempo de entender nossos próprios mecanismos: enxergar, ouvir, cheirar, saborear, tatear, entristecer-se... ...
Todos seguem rumo ao não-saber com o tempo que lhes é destinado. Vão embora sem se saber.

30 de março de 2010

Homens, não fiquem diabéticos

por carolina fellet

A leitura – ainda em trânsito – de “O mundo pós-aniversário”, da autora norte-americana radicada na Inglaterra Lionel Shriver, me despertou várias curiosidades; dentre as quais, como se dá o processo da ereção dos homens. O que ocorre é o seguinte: uma variz se enche de sangue para que o falo se enrijeça e então esteja pronto para a cópula.
Para que isso aconteça, entendo que o sistema vascular do camarada deva estar em ordem; trabalhando corretamente. E o diabetes afeta a circulação. E, por conseguinte, a ereção.
Homens, maneirem nos doces!!!

29 de março de 2010

Perguntas

por carolina fellet

Por que é que brasileiro adora ser “doutô”? E por que é que toda emergente pinta o cabelo de loiro?

26 de março de 2010

Pretensiosa dengue

por carolina fellet

A dengue é um bandido que viola a concentração dos órgãos do corpo.

O Amor e seus graus

por Carolina Fellet

O Amor é como o fôlego
Que engloba as tantas formas de vida
Disponíveis na Natureza,
Para interagir com os sentidos dos homens.

Ele vem com a ruga do velho,
Com o passo trôpego da criancinha,
Com a avalanche de movimentos que a gargalhada provoca.

E some nos discursos ensaiados
Das meninas do telemarketing,
E nos encontros meramente burocráticos.

Se ele é interrompido,
Carrega consigo
Um bocado de célula sadia dos amantes.

Em contrapartida,
Se for prorrogado,
Não causa metástase.

Por mais que se viva o Amor,
Que se o estude,
Que sejam ponderados seus benefícios
E efeitos colaterais,
Ainda não precisaram
A melhor caloria para seu consumo.




O amor e o oculto

por carolina fellet

Senhor Otavinho vive na roça desde que nasceu. De tanto observar os fenômenos vindos da Natureza, acredita num mundo feito de intenções extrapoladas. Ou as pétalas das flores são, por conta própria, pétalas? Ou os sentidos humanos são essencialmente autônomos? Não, não pode ser assim.
Toda manhã, no momento em que vai tratar das vacas que possui, Otavinho fica-lhes admirando aquela forma de existência grande e serena. Já que mora sozinho, não por solidão, mas pelo excesso de vida interior que o consome, discursa aos céus: essas vaquinhas só podem ser produto do Amor.
Uma vez por semana, o senhorzinho vai à cidade vender leite, queijo e ovos que a roça lhe rende. Nessas idas, ele conversa ressabiadamente com o povo da civilização, sente o fôlego de tudo que está sujeito ao movimento urbano e sempre volta para casa pensativo. Que variedade de vida.
Filho único de pai e mãe sem estudos, envergonhado por nascença, Vinho – como é conhecido na redondeza – nunca teve namorada. Deixou latente, portanto, a vastidão de vontades – e respectivas realizações – que muitos chamam de amor.
Provavelmente para compensar essa latência, Otavinho se afiou na ciência de vislumbrar sentimento em tudo. Aliás, em quase tudo: só atribui sensibilidade às coisas que emanam do Divino. Dedica-se horas à apreciação de uma ameixeira. Ao contato dos pés com a grama umedecida pelo orvalho. Aos conflitos com o próprio ego. E depois repousa tão profundamente... Presente do Cosmo.
O amor é o oculto.


22 de março de 2010

por carolina fellet

Não é à toa que Machado de Assis é o escritor brasileiro. Ele fala com tanta propriedade dos mistérios da sociedade que são acobertados pela hipocrisia. E também dos enigmas da vida dissimulados pela ciência.

20 de março de 2010

por carolina fellet

Por uma semana me abstive da vida.
A fagulha de saúde com a qual me transportei durante sete dias me afastou dos compromissos, das diversões e das vontades. Fui só sofá. Fiquei a ver... Telejornais. Já que não me aguentava de pé e também não queria sucumbir à aura enferma de uma cama (quando seu efeito não é dormir nem copular).

12 de março de 2010

por carolina fellet

Polícia não tem carro; tem viatura.
Polícia sempre finaliza o que diz com "confere":
Placa JHF 2266, confere?

11 de março de 2010

O Piano

por carolina fellet

Piano é elegância.
Às vezes, até sisudez.

De autonomia,
Só a beleza que escorre
Rumo a nossas vistas.

Se não existissem
Dedos destros
Com movimentos precisos,
Para manejar o piano,

O que seria desse instrumento?
por carolina fellet

O mundo é tudo aquilo que cabe na minha consciência. Por vezes, é a serra de Petrópolis que me leva ao Rio de Janeiro. Outras vezes, é o sorvete de brigadeiro da Kibon® que desvirgina a insipidez do meu paladar.
Nesta quarta-feira, o mundo foi uma bolha causada pelo casamento de um sapato mal planejado (e, por conseguinte, superdesconfortável) com uma caminhada bastante longa.
As tantas possibilidades do meu corpo se abstiveram de si para ser só a dor causada pela bolha.
Fátima Bernardes e Bonner estavam inteirinhos e impecáveis no Jornal Nacional. No Muzik teve a tradicional roda de samba. O dentista extraiu vários sisos de uma juventude. E eu fui só bolha. Só bolha.

por carolina fellet

Neste ano o http://www.anabokov.blogspot.com/ fez cinco anos de vida. Nesse ínterim, quantas impressões eu decalquei aqui. Frustrações, começos e términos, perdas e ganhos, descobertas e esquecimentos.
Enquanto houver vida e consciência, este espaço será meu melhor divã!

10 de março de 2010

por carolina fellet

Fui a uma farmácia de manipulação para encomendar uma loção para o cabelo. A intenção era de dar um pouco mais de volume a minhas madeixinhas murchas.
Na data pré-estabelecida para eu pegar o medicamento, lá estava eu; lá estava o emplasto. Para intermediar nossa aproximação, a balconista.
Costumo ser bem prosaica nas relações burocráticas que me surgem. Mas, nesse dia, violei meu hábito e puxei papo com a vendedora. Esta se mostrou cortês diante da minha primeira frase. No entanto, a partir do meu segundo pronunciamento, ela projetou o olhar para outra direção.
Atenta que sou, percebi-lhe o desinteresse e assassinei a palavra que estava na minha boca.
CABELEIREIRO
A desatenção da balconista estava tão supurada que ela sequer percebeu que eu matei o cabeleireiro.
Até hoje estou impune.
por carolina fellet

O que fazer
Para tapear essa Vida
Que me grita diariamente?

Um coração para pulsar
Inalar e expirar
Comer, mastigar e saciar

A própria tapeação
Será obediência à Vida:
música para o ouvido
namorado para a libido.

O jeito é esperar
A Vida me passar.
por carolina fellet

Será que a necessidade de se ter um amor é espontânea ou determinada por uma das invenções do homem?

9 de março de 2010

Hebe Camargo

por carolina fellet

Inconscientemente, sempre fui impelida a pessoas e a situações engraçadas (ou inusitadas). De certa maneira, por determinação do DNA – e consequentemente do Invisível –, meu território mais promissor é o da risada e o da banalização de muita coisa abordada, equivocadamente, com seriedade.
Por isso, desde muito pequenininha, sou fã da Hebe Camargo. A naturalidade e a felicidade com as quais ela sempre corteja seus convidados e as várias temáticas da vida me trazem a mesma sensação que uma folha ainda broto e repleta de divindade me causa.
Não é à toa que a superloira e supermulher é rastreada pelos pares de olhos do Brasil e por toda aptidão dos brasileiros. Não é em vão que seu nome, Hebe Camargo, é despachado tantas vezes da boca do povo para o reino onde a fé impera.
Você, Hebe, fulgura nas nossas orações. E nos nossos corações. Até nas nossas fragilidades mais íntimas você se instala; com essas lágrimas que têm cadeira cativa nas segundas-feiras. E no nosso tesão você também é muito lembrada. Afinal, você adora dizer que fulaninho está gostoso; que sicraninho está uma delícia.
Meu desejo é que você fique para semente!!!

8 de março de 2010

O Rebolation

por carolina fellet

Rebolation é mantra
Que me leva a um estágio de consciência
Nunca antes vivido
Por mim.

7 de março de 2010

Franco-brasileiro

por carolina fellet

Ultimamente não sei por onde anda meu estopim. Tenho tido muita impaciência com gente antinatural – seja pelo discurso, seja pelas caras e bocas, seja pelas amizades cativadas por vaidade.
Sábado passado fui a um pub me divertir – o que eu pretendia era música boa, gente bonita e astral legal. Lá pelas tantas, um camarada me abordou com um discurso em francês. Eu lhe informei imediatamente: “não falo francês. Podemos conversar em português mesmo?”. E ele me fez uma cara “blasé”.
Apesar da antipatia instantânea que tive do rapaz, resolvi estender o assunto, a fim de testar minhas próprias reações diante do indesejado. E percebi que minha tolerância está superdefasada.

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Deixei o “franco-brasileiro” lustrar mais meia dúzia de vaidades e me retirei de cena. Antes, porém, disse a ele: “vou-me embora porque o papo está ficando muito sério para um sábado promissor como esse. Beijinho”.

Mantra

por carolina fellet

Mantra é um som pronunciado a partir do fundo do nosso “eu” que nos leva a um estágio de consciência elevado.
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No carnaval, fui para a praia. Lá estando, sob a visão do mar e a temperatura do sol proliferada, um dos ambulantes que transitavam sobre aquelas areias e vendiam 1000 coisas enobrecia seu produto de um jeito que me entorpeceu. Tamanha era a criatividade.
Como se estivesse em um momento voluptuoso, pronunciava um discurso à Nelson Rodrigues:
“Ai, que batata booooooooa. Ai que batata gostoooooooooosa. Ai que batata deliciosa”.
“Ô gostooooooosa. Ô Delicioooooooooosa.”
Fiquei superadmirada com a ousadia daquele trabalhador. E sempre fico assim perante o jeito comovente como o brasileiro conduz a vida.
por carolina fellet

Ter um namorado é a melhor maneira de manter o viço.
por carolina fellet

Estou solteira. Quero um companheiro para o futuro. Enquanto não desejo o certo, vou me divertindo com os errados.
por carolina fellet

Novela é como pizza: socializa as pessoas.

4 de março de 2010

por carolina fellet

Muitos sentidos estão anestesiados pelo sono a essa hora. Às 23h56, vizinhos calam o cansaço de oito horas de trabalho.
Shirlei, porém, está acordada; com a percepção bastante afiada. A chuva se machuca nas superfícies por onde passa e provoca um barulho. Desse sofrimento só pode extrapolar melancolia.
Era para Shirlei sucumbir à letargia da noite também. Mas ela insiste em usufruir a tristeza da Vida.

3 de março de 2010

por carolina fellet

Como toda mulher, sou ciumenta. Porém, tento não me versar nisso. Afinal, impedir a "pau durecência" alheia não está sob meu controle.
É melhor respeitar o fluxo da Natureza.

2 de março de 2010

por carolina fellet

Ninguém tem visão de raio X.
Portanto, você não precisa hesitar diante dos próprios recalques.