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30 de agosto de 2005

Versos de um Amigo

Eles chegam a mim como o mundo nasce ao meu despertar.


"... Colhem de minha expressão
muito mais do que eu
posso dar; muito
mais do que sou."

"Exista, tão somente
para perceber
que os meus versos
são livres,
apesar de presos
a você."
Hernany Tafuri

Acho que o amor é essa vassalagem à inconsciência.

29 de agosto de 2005

Engrenagem do Mundo

Quantas carecas incipientes
Crianças com o primeiro passo da existência
Olhos decididos: serão azuis
Local em que irá brotar mais uma vida:
África.

Ganhar existência nem sempre é privilégio
Às vezes o Fado é pesado.

Ganham vida como cão,
mas em corpo de gente.

27 de agosto de 2005

Anticorpos

A Vida é anticorpo à própria vida. Pele, cílios, pêlos. Por que não se pode ficar desprotegido e, absolutamente nu, estando à mercê das vidas outorgadas de tudo que se vive?

26 de agosto de 2005

Plenitude

Rosas povoando o território com suas formas, cores e indecência inerentes. A Natureza sabe a exata hora de ser plena, feito amores de amantes, feito a tristeza e a séria alegria de criança.

24 de agosto de 2005

Estética de tudo

Conheço minha superfície mais fina e a estética das variações da alma. Somos todos estetas. Tenho perfeita consciência de minhas fatias, de minhas doses de bondade, maldade, pequenez, grandeza e nada sei disso tudo. Conheço somente o arremate da minha vida, nada mais.

23 de agosto de 2005

Tempo Maestro

O Tempo afina minha voz. Emenda meu crescimento com perfeição. Desvirgina a planície vigente da infância: palco à nova estampa: o busto. O Tempo vai declamando a vida amiúde, faz o itinerário do martírio ficar mais próximo, me mostra as cores horríveis de amores unilaterais. O Tempo são meus passos, meu atraso, minha poesia, a paixão, a volúpia, a compaixão, a ditadura, enfim, a vida. Nunca estou só. O Tempo se incumbe diariamente de ser esta menina.

21 de agosto de 2005

Fim de noite, início de dia

Dia incumbido.
Noite mal dormida.
O dia flui como um riacho:
Contorcionista

A sombra me espera de tarde
E o sol se esconde
E aparece
E eu me escondo
E ele aparece

Não posso reclamar de solidão
Afinal sou o mundo.

O mundo só é porque eu sou.
O dia em que eu não mais for
O mundo também não mais será.

19 de agosto de 2005

Jardim

Decidi me incumbir dos cuidados com o Jardim. Isto é ponte à Metafísica. Tantos amarelos, tantos rosas, tantas formas, texturas e eu com esta minha ditadura inerente. A Ditadura de existir... e de ser soprada ao Nada depois. O Jardim me espanta... é carona ao infinito, aos bastidores desta Vida transeunte. Como diria meu grande amor, Clarice, somos um espasmo do mundo.

14 de agosto de 2005

Tudo sai do Nada

Consegui concentrar a dedicação da Terra
Consegui existir
Agora estou fadada ao ar
Às cores e formas
Às enormes sensações,
Mudas,
Silenciosas,
Mas, às vezes, danosas
Erosivas.
Este é o preço de existir.

13 de agosto de 2005

Beijo: Matéria-prima à Filosofia

Natureza viva esta nossa. Sempre alerta. De repente, a volúpia latente se manifesta. Grita a nós: "Eu existo". Como o sorriso do âmago que existe quieto e, às vezes se mostra. Como o salgado da lágrima. Como as modas da alma que se repetem sempre perante o novo, perante o velho, perante o agorinha.

6 de agosto de 2005

Rio de Janeiro

Amanhã irei ao Rio de Janeiro com Mariana e Mario. Meus amores. Meus amores simultâneos. E, malgrado eu não gostar de sol e de praia, quero ter o mar por uns momentos. É que ultimamente a Natureza tem me deixado perplexa.