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31 de dezembro de 2013

Iracema

Nomes deviam ter classificação etária. Imagine um Eustáquio recém-nascido e um Cauã com 98 anos. Pâmelas não são muito longevas; vivem até 15 anos. Wandas já nascem com 40 e poucos. 
...
Iracema é jovem, mas carrega esse registro antigo consigo. Daí, na balada, abordada por um carinha.
-Qual é o seu nome, gatinha?
-Ira.
-Muito prazer, eu sou o Ódio.

Malefício à saúde

A população de hambúrguer mutante tem crescido exponencialmente. Devia ser proibido consumir Mc Donald's em público.

Cientistas

Os cientistas não criam. Só mapeiam [e brincam de tinta guache com] o mistério.

Vegetação humana

Cabeleireiros têm de entender da vegetação de cada etnia.

Problema de concordância

Pessoas com problema de concordância matam esses (S) por afogamento de saliva. Será que elas enterram esses náufragos no cemitério gramatical nos fundos de suas casas?

Risco

Ter um corpo implica riscos.

Tártaros

Qual será o calvário dos tártaros?

Concha e dente

Tenho ligeira impressão de que a concha é contraparente do dente.

Proust[ituta]

Garota de programa poliglota devia ser chamada de Proust[ituta].

30 de dezembro de 2013

Uma oitava acima

Meu vizinho [bem que] podia falar uma oitava acima.

Silvo breve

Haja silvo breve para o trânsito de Juiz de Fora.

Tratamento estético

Cocô de rouxinol para fins estéticos...........R$700,
A gratuidade do ecossistema tem sido muito rentável para o mercado da beleza, não?! 

UFC

A barbárie do UFC pelo menos é consentida.

Calheiros reflorestou as madeixas

Calheiros reflorestou as madeixas. E o assoalho facial do presidente do Senado... será proveniente de madeira de reflorestamento?

Políticos brasileiros

Será que a cara de pau do político brasileiro é [pelo menos] proveniente de reflorestamento?

Rodovia

As formigas vencem 300 quilômetros de rodovia por uma [mísera] casca de pitanga recém-caída no chão do meu apartamento.

Sílvio Santos

Só mesmo o Sílvio Santos [em pleno 2013] consegue cativar telespectador com programas do tipo "complete a frase" ou "o que é o que é".

Cadelinha de grã-fina

Subitamente, a cadelinha da grã-fina solta-se das amarras e sai para a vida. Na primeira avenida, vira carne de segunda [espatifada no asfalto].

Presunto

Presunto é produto de chacina. Fatiá-lo... Aí já é requinte de crueldade.

Engarrafamento brasileiro

Quantas pessoas estocadas em engarrafamentos.

Vira-lata

Como me dói a solidão dos vira-latas.

Girafas

Queria um dedo de prosa com a girafa velhinha do zoológico.

Dinheiro e poder

Sem dinheiro, sou uma bola de carne sem número de lote nem chancela da Anvisa. Com dinheiro, sou brasileira, nascida em 18/07/1985 e votarei obrigatoriamente nas próximas eleições.

Libido

Copacabana utiliza 80% da libido disponível na Terra.

Copacabana

Toda mulher que transita em Copacabana a partir das 21h é tarifada.

Passarinho

Será que o bem-te-vi se comunica bem com o pardal ou eles são gringos que não desenvolvem nem um parágrafo sequer?

Ouvido absoluto?

Para quem tem ouvido bom, cochicho é proclamação.

Assíduo

Se meu amigo não estiver online no chat do Facebook, irei ao IML reconhecer seu corpo.

Cabeleireiros

Mesmo em tempos de Iphone, os cabeleireiros continuam sendo o meio de comunicação mais eficaz.

Infância

Infância é o que vem antes da linha de montagem.

Ônibus

Ônibus com passageiros deviam ser sinalizados - "conteúdo altamente perecível".

Passageiros

Ônibus transportam remessas de carne [humana].

Neném

Tenho pena de neném. Colocam-no em uma cesta e o levam à feira sob um sol nordestino.

Mercado da beleza

O mercado da beleza movimentou R$36,4 bilhões em 2013. Eu sou R$3,30 desse montante; meu frasco de Leite de Rosas deu para o ano inteiro.

TV por assinatura

A solidão pós-moderna é diretamente proporcional ao número de GVTs instaladas no topo dos prédios.

Facebook

Não está no Facebook? Já penso que é serial killer.

29 de dezembro de 2013

Americanos

Não dá para competir com timbre norte-americano.

Faustão

Faustão tem o dom do constrangimento alheio.

Surpresa

Convivo com a mamãe desde a célula-ovo e ela ainda me surpreende: Carolina, vem ver o Naldo na televisão.

Paladar da mamãe

O paladar da mamãe deve ter uns 12 anos, pois só aceita jujuba, brigadeiro, batata frita e pizza.

Velhice

Velhice estremece a letra e rompe cordas do timbre.

Cortiço

Em cortiço tem sempre espaço para mais um. Mansões amontoam solidões a dois [ou a três].

28 de dezembro de 2013

Assim caminha a humanidade

Calça jeans e blusa: assim caminha a humanidade.

Céu pontilhado

O céu da tarde está todo pontilhado de branco. O cartucho de Deus deve estar no final.

Programa do Jô

- Só assisto a metade do Jô.
- Por quê? Dorme cedo?
- Ele inteiro não cabe no meu campo visual.

William Bonner

Como é que o Bonner não encarde estando ao mesmo tempo em todas as casas?

Ratos e baratas

Prefiro a flacidez de dez ratos ao balé despirocado de uma [umazinha] barata.

Trena

Vi uma senhora tão alta na rua que pensei: só dá para medir com a trena.

27 de dezembro de 2013

Doce

Ele costuma trazer tortinha do Mc Donald's para a mamãe, que é diabética. Comparo-o a esses traficantes que comercializam heroína em centro de reabilitação.

Hambúrguer e Coca-Cola

Hambúrguer e Coca-Cola são drogas superinspiradoras.

De mulher para mulher, Marisa?!

Há várias matizes de ódio. Mas o arrebatador é entre mulheres. Por isso, não entendo a felicidade do jingle das lojas Marisa.

Dunas

Se somasse todos os lanches que fiz com a vovó, hoje eu teria uma duna de farelo.

Drogaria

Os velhinhos de sorriso cativante são [baitas] drogados de drogaria.

Remix

Tem gente que é tão repetitiva que já nasceu remixada.

A fim de comer alguma coisa diferente

De repente ele me diz: 'tô a fim de comer uma coisa diferente'.
Eu: 'tem uma lagartixa que mora aqui no meu quarto, mas hoje ela não deu as caras'.

Olhinhos

Saudade do meu primeiro testemunho de chuva de gelo.

Vocabulário

Tem gente que usa vocabulário para fazer Apartheid.

National Geographic

Estou pensando em fazer um vídeo da minha irmã e enviá-lo ao National Geographic.

Roteiro

Tem história de vida que está mais para roteiro de humorístico.

Saudades II

Saudades do que eu era em 1999.

William Bonner

Quantas bocas terá o Bonner? O Brasil inteiro é só ouvidos a ele.

Short velho

Meu short velho foi promovido a pijama.

Saleiro

Chorava tanto na infância que estoquei [por um mês] o saleiro da casa da vovó.

Sede

Quando será a minha última sede?

Carro funerário

Carro funerário transporta a morte.

Motéis

Nosso país dispõe de [cerca de] cinco mil motéis. Mas o brasileiro ainda prefere os pontos de ônibus...

Saudade

Saudade dos meus sentimentos de 2010.

Postagem

Deus tem postado céus ensolarados aqui em Minas.

Ouvido

Ouvido é sentido involuntário. Amontoo Lulu Santos, briga de feira, latido, miado. Coleciono trovões, silvos breves, chorinhos de Chiquinha e de recém-nascido. Sem o meu consentimento.

Cantor

Cantor tem que ter timbre. Afinação, ritmo e alcance são diploma de intensivo.

26 de dezembro de 2013

Perecíveis

'Proibida a entrada de perecíveis' - dizia a placa em outra galáxia. Humanos, logicamente, estão fora do evento.

Cólica

Adoro quando a cólica é rebaixada a dor de cabeça.

Sandra de Sá

A Sandra de Sá é o timbre feminino do Tim Maia. Então, por que o Brasil não lhe dá ouvidos?

A ordem dos sentidos

Hoje meus ouvidos só estão para o Milton.

Céu de cada dia

Quem posta o céu de cada dia em Juiz de Fora? 

Fauna brasileira

Três aranhas estão construindo seus puxadinhos no meu quarto. A precariedade do [ecos]sistema brasileiro resvala em mim. 

Sobre a vovó

Vovó me ultrapassou e eu a perdi de vista.

Flexão do verbo 'dormir'

Se eu durmo, o céu também dorme.

25 de dezembro de 2013

Vida marinha

Por que os ambientalistas defendem a preservação das baleias e liberam a prostituição das sardinhas? Por que essa hierarquização da vida marinha?

Omelete

Qual foi a galinha que pariu o meu primeiro omelete?

Futuro presidente

Pode ser que o futuro presidente esteja no ventre dessa bebê que acabou de nascer.

Nascimento

Nós, fêmeas, nascemos grávidas de uma população iminente.

Descarte

Já descartei tanto o futuro. São 17 anos de sangria no baixo-ventre.

China

Acho que a China é imune à menstruação. Lá, toda vida vinga.

Pedaço de bolo

O que não fazem as formigas por um pedaço de bolo [dormido]?

Cinquenta tons de cinza

Cinquenta tons de cinza fazem quantos elefantes?

Apartheid

Vocabulário segrega mais do que Apartheid.

Promoção

PROMOÇÃO: Rondônia via intergalático........... R$1.200,

Girafa

Que engenheiro definiu a estatura da girafa?

24 de dezembro de 2013

Longevidade

Por que o corpo humano é altamente perecível e o céu do Rio de Janeiro não encarde nunca?

Timbre de voz

Entre a infância e a velhice, trocamos de timbre quantas vezes?

Sobre ganhar presente

Quando eu tinha oito anos, minha mãe me deu de presente [de Dia das Crianças?] a Revista do Faustão. Eu concorria a fogão, geladeira, armários, lençóis. Pergunta: o que eu, uma criancinha boboca, faria com essa mobília, caso ganhasse o sorteio?

Amor de verão?

Amor de verão? Imagino logo o suadouro.

23 de dezembro de 2013

Glúten

Glúten é mais foragido do que aluno de curso de inglês de fim de semana. 

Cartas de amor

Desenvolvo l.e.r. para escrever  cartas carinhosas ao meu irmão, e ele, cheio de afetividade, me responde: OK

Bacalhau

Cadê os ambientalistas para protestar contra o bacalhicídio que acontece todo Natal?

Pombas do Parque Halfeld

As pombas que ciscam as pipocas que caem nas adjacências do trenzinho do Parque Halfeld devem ser hipertensas.

Teledramaturgia

Brasileiro prefere novela a livro, mas esquece que o estágio embrionário da teledramaturgia é o texto.

Churrascaria

Churrascaria é subseção de necrotério.

Playlist

Cansei da playlist do passarinho que mora no telhado daqui de casa.

Espera no ponto de ônibus

Se somar minha espera nos pontos de ônibus de Juiz de Fora dá para fazer um velhinho.

Sal

O saco de pipoca que comi há pouco dessalgou o Mar Vermelho. Já solicitei a Cesama para matar a minha sede.

Repertório de pássaro

Deus podia variar o repertório dos pássaros. Um hip-hop, um funk de vez em quando.

Lingerie

Uso lingerie PP [para elefanta].

Enxágue

A equipe de saneamento urbano está enxaguando minha boca. Ingeri cadáveres agora há pouco na churrascaria.

Ingestão de álcool

Quantos fígados russos são necessários para metabolizar toda a bebida ingerida no fim de ano?

Proust

É tanta tecnologia que seduz [de uma vez] nossa multimídia orgânica que fico pensando: o fôlego de Proust resiste?

Gratuito e Taxado

Nascemos de graça; o Tempo não cobra honorários. Já à cidadania, pagamos mensalidade vitalícia: de certidão de nascimento a atestado de óbito.

Manias

Mamãe tem um hábito estranho. Ela briga com o inanimado. A vítima mais recente: um bolo [que acabou queimando]. Ah! Filho Daz'unha!

O ovo

Comemos o aborto que é o ovo.

Água

A água enxagua o gozo do bebê.

Micareta líquida

Quantos baldes de vômito são produzidos em micareta? 
Quantos caminhões-pipa de sêmen? 
Quantas caixas d'água de saliva? 
Quantas caldeiras de suor?

22 de dezembro de 2013

Massa humana

Observo a massa humana espalhada no shopping. Quanta matéria-prima para apodrecer no futuro.

Vômito

Cheiro, textura ou barulho: qual é o pior atributo do vômito?

Lua

Será que a lua ganha adicional noturno?

Banana

Nossas bananeiras [gratuitas] estão sendo cotadas em dólar.

Natal

No Natal, o mar fica deserto. Todos os bacalhaus, afinal, vêm para a nossa mesa.

Entrevista de emprego

-Fale um pouco sobre você.
-Bolei uma apresentação bem sucinta; eis meu  raio X mais recente.

Porcentagem de colesterol

Exame de sangue? Não gosto de expor minha intimidade.

Inglês

Fui testar [em um site] minha proficiência em Inglês. Resultado: meu vocabulário equivale ao de um bebê de oito meses.

Calendário juiz-forano

O carnaval de Juiz de Fora [na Zona da Mata Mineira] será comemorado uma semana antes do resto do país. Acho que nosso calendário foi bolado conforme o do Irã.

Público-alvo

Cada nota que espremo no piano, o vizinho acompanha com um assovio.

"DR"

Vinte oito anos de convívio e eis a pergunta que me surge: 'qual é mesmo o seu nome'?

Má alfabetização

Alfabetização falha é como feto com má formação. O equívoco se arrasta pela vida inteira.

Vanish

Embebi meu cerne em 300 ml de Vanish, mas a nódoa da tristeza resistiu.

Tristeza

Tristeza é mancha de petróleo no mar.

Entregador de pizza

Entregador de pizza devia ter status de salva-vidas, pois transporta sobrevivência humana.

On | Off

Olho para algumas pessoas e [imediatamente] penso: onde é que aperta o off?

Sacola de supermercado

A perpetuação da espécie humana vem em sacolas de supermercado.

Compras de Natal

Ir para shopping no Natal é cumprir pena no semiaberto.

Doença

Na doença, somos todos universais.

Literatura

Boa literatura se faz com amostras de loucura.

Sobre a música

Música acaricia tão sensivelmente meus sentidos que parece doce de mãe.

Educação

Aprimorar a expressão corporal, o vocabulário também faz parte da educação.

Qual é o seu nome

Nome é barreira. Bom mesmo é se equiparar pela massa humana de que somos feitos.

21 de dezembro de 2013

Xixi

Não há protocolo mais urgente do que a [ancestral] vontade de fazer xixi.

Vigília

Ah! Se eu pudesse apagar a lâmpada da vigília quando bem entendesse.

Asfalto de Juiz de Fora

Só mesmo um rã-móvel sobrevive ao asfalto esburacado de Juiz de Fora.

Pão

A mão é o sagrado do pão.

Ouvido

Meu ouvido impele as bocas espalhadas pelo mundo.

Paul

O timbre do Paul rompe com a hierarquia das nações e equipara as audições.

Sobre o aplicativo Lulu

Não qualificaria ex-companheiros no Lulu, mas tem que haver mulheres para fazê-lo. A igualdade de gênero é uma utopia, mas hierarquizar as diferenças também não dá.

iPhone

Resolvemos mobilizar a Cruz Vermelha e arrecadar fundos para comprar um iPhone para mamãe. Vira e mexe recebo mensagens do tipo: &###sf33@0909pioljajfhf. Ver o desenvolvimento da mãe, até então analfabyte, é uma experiência incrível.

Irmãzinha

Diálogo com a minha irmãzinha via SMS...
- Carol, você é muito inguinorante
- Ceci, você é muito inteligente, pois não conheço outro hipopótamo no mundo que consegue enviar SMS. 

Solidão

Não é fácil garantir a subsistência do povoado que compõe a minha solidão.

O piano

Minha seiva encharca o piano. Não sobra nada de mim para outras ocupações.

Canto do pássaro

Deu a louca no passarinho do telhado daqui de casa. Cansado de entoar todos os dias o mesmo repertório, ele amanheceu cantando hip-hop.

Estrangeiro

Há um monte de atenuante para se viver no estrangeiro: o idioma não precisa ser impecável, as roupas podem ser justificadas pelo choque cultural, excessos são perdoáveis.

Workshop da mosca

As moscas não frequentam workshops, mas são escoladas na busca certeira pela banana apodrecida sobre o mármore do apartamento 202.

Sentidos

música dá vida ao ouvido
fragrância é a vida do nariz
melancia é a vida do paladar
muro de chapisco é a vida da mão
paleta de cores é a vida da vista.

Alimentação

A vida se mede pelo alqueire de trigo que se come?

Milton Nascimento

Milton Nascimento é sobrenatural como o azul que infringe meus olhos.

Unhas

300 Km de unha já deve ter crescido em mim.

Vaidade

Quero quantificar minha vaidade. A planilha do Excel já está aberta. Agora só falta resgatar os frascos de esmalte desde os meus dez anos.

Sapato

Que força do tempo fez meu pé 38?

20 de dezembro de 2013

19 de dezembro de 2013

Bóson de Higgs

Estão chegando à conclusão de que Deus não é um senhorzinho longínquo quase embaçado em nossas vistas?

18 de dezembro de 2013

Política e Futebol

Políticos brasileiros têm salário de jogador de futebol. O dia em que a política daqui deixar de ser profissão rentável, talvez saiamos do estágio embrionário de rinoceronte.

País do Futebol

Se o brasileiro se preocupasse tão intensamente com a política quanto com o futebol...

Despertador

Não é ida à escola, nem reunião com o chefe. Meu irmão põe despertador para comprar salsicha.

Questão de saúde pública

A Anvisa devia interditar algumas genitálias.

17 de dezembro de 2013

Longevidade

As filas do Banco do Brasil estão cada vez mais longevas. Peguei minha senha em 1996 e ainda tem cinco na minha frente.

Patentear

Não sei como os EUA ainda não patentearam Deus.

Tatuados

Insatisfeitos com o acabamento do corpo, solicitam mais uma mão de tinta ao tatuador.

Réveillon

Réveillon é 1cm de maior proximidade com a cova.

Reagir ao mal

Reagir mal ao mal é contribuir para a longevidade do mal.

Areia da praia

A areia da praia estoca as pegadas do vovô que hoje já é vapor.

Patrimônio

O império da pulga é seu corpo.

Ronco

O ronco do meu vizinho tem mais decibéis do que  o ensaio geral da Timbalada.

Cópula dos gatos

A cópula dos gatos parece um berçário em prantos.

Sustentabilidade

Admiro esses 'pró-sustentabilidade' que transformam a dentição em horta de alface.

Divórcio

O grande vilão dos casamentos é o ronco. Nas núpcias deviam ser acordados os decibéis permitidos durante o sono.

Jequês

Alardear os próprios méritos implica ter passado no vestibular de jequês.

Gravidez

As gatas têm filhotes de diferentes parceiros numa mesma ninhada. Ainda bem que esse fenômeno não acomete as mulheres brasileiras.

Analgésico

Bom mesmo é analgésico que nos prostra, porque poupa o corpo de seu expediente árduo de todo dia.

Sobre casamento

- Pai, essas pessoas que sonham em se casar querem uma vidinha à la planilha do Excel. 
- Se eu pensasse assim, você não existiria.
-Talvez sim. A essa hora eu poderia estar sob a condição de hipopótamo recém-nascido aconchegada em uma incubadora.

Operário padrão

Trabalhadores brasileiros são tratados como robôs - estas criaturas ocas em cujo interior instituímos a inteligência que quisermos.

16 de dezembro de 2013

Massa corporal

Com a massa corporal de algumas pessoas dá para fazer uns três seres humanos.

Vizinho

Tenho um vizinho que concentra os decibéis de todos os tenores do mundo. E ele aquece a voz aos domingos às 7h30 da manhã.

Destino

Se Deus me pousou nesta família, boa coisa eu não sou. Pusesse-me numa incubadora de rinoceronte, tudo seria mais pertinente.

14 de dezembro de 2013

Terceiro olho

Mamãe cochila tanto na frente da TV que estou pensando em comprar um terceiro olho para lhe dar. Com essa vigília postiça, ela não vai perder a semifinal do The Voice Brasil.

Proposta de emprego

Não tenho controle motor nem para untar tabuleiro, mas dia desses recebi uma cantada pertinente: 'vaga para gerente de pizzaria'.

Brasilidade II

Quer coisa mais brasileira do que refutar os calouros do Raul Gil e apreciar somente os artistas da Europa Setentrional?

Oratória

Tem gente que pega impulso para falar e produz saliva até 2050.

Calote

Achei que eu fosse levar "o calote" este ano, mas o "golpe de 2013" já está sendo retirado dos livros didáticos de história.

13 de dezembro de 2013

11 de dezembro de 2013

Espírito natalino

É Natal! Papai Noel, sempre sorridente, carrega pecados capitais em si: a gula e a avareza. Já o aniversariante - esguio e sereno - em meio a rabanadas, perus, bebidas alcoólicas, presentes caríssimos, talvez repudie isso tudo e siga em missão rumo a outra galáxia.

Comida

Comida é login no paladar. É necessidade primária, mas também entretenimento. É espasmo da natureza, e arte de chefs e amélias.

Timbre

Tem timbre de voz que devia ser submetido a manutenção de áudio.

10 de dezembro de 2013

Estações

Paredes que não rabisquei na infância.
Beijos engolidos na adolescência.
...
Tenho estações arquivadas para florescer. 

Bocas

Boca sozinha não é maçã, não é palavra, nem beijo de língua. 

9 de dezembro de 2013

Concorrência desleal

A tarifa dos motéis de Juiz de Fora deve estar altíssima porque eles estão perdendo clientela para os pontos de ônibus.

8 de dezembro de 2013

Fragrância

O camarada borrifa 300 ml de perfume no corpo - quantidade suficiente para aromatizar o Plano Piloto inteiro - e decide se sentar ao meu lado durante duas horas de concerto.

Combustível

Vontade de encher o tanque com mil litros de gasolina, e ir para os lugares que não estão no mapa.

6 de dezembro de 2013

Extensão

Meu rosto devia ter uns três quilômetros de extensão, para acomodar com conforto minhas olheiras.

ABC

Quero me alfabetizar em hipopotamês, girafês, formiguês. O abecedário já deu o que tinha que dar.

Robô

Eu queria mesmo é namorar um robô, que é oco por natureza. Assim, atribuiria a ele o conteúdo pretendido de lascívia, inteligência e silêncio. Isso me protegeria de tantas (às vezes indesejáveis) variáveis humanas.

1 de dezembro de 2013

30 de novembro de 2013

26 de novembro de 2013

Polvo

Toda hora minha mãe me pede 'uma mãozinha'. Aí penso: "eu devia ter nascido polvo".

20 de novembro de 2013

Quilometragem

Se minha irmã voltar a todas as lojas a que ela promete voltar, o Caminho de Santiago será curto.

Equívoco

O autoatendimento é o grande barato das megalojas. Numa dessas, cometi o pecado de solicitar um xampu para cabelos oleosos. A atendente proclamou os benefícios do produto de A a zinco. Saí de lá convertida.

Juiz de Fora

Falta gentileza no trânsito, bom atendimento no comércio, as pessoas leem sua roupa na rua, ninguém se cumprimenta. Será que o problema da minha aldeia representa o mundo?!Queria me refugiar numa incubadora de rinoceronte.

16 de novembro de 2013

14 de novembro de 2013

Paquera

Aí você vai da fase 1 até a fase 30 antes de sair com o paquera:

1) maquia-se (uma hora para esfumaçar o olho mais meia hora para passar corretivo nas erosões da pele)
2) experimenta o guarda-roupa inteiro e opta pelo vestido que ainda está úmido no varal
3) seca o cabelo e homenageia a Dona Florinda até o último minuto antes de ir ao encontro do garoto
4) borrifa 300 mililitros de fragrância no pescoço - e aromatiza o Plano Piloto inteiro
...
30) vence o percurso "carro-ponto de encontro' suspensa (efeito salto 15 cm) 
para, no final da saída, o camaradinha lhe dizer: 'gosto de você porque você é inteligente'. 

Próxima saída: cara lavada, moletom e chinelo da vovó.

10 de novembro de 2013

Lanchinho

Lanchinho franciscano de hoje: uma pizza inteira, um cigarrete, uma coxinha, uma porção de frango, uma porção de batata frita, 300g de sorvete, quatro bombons.

Estatura

Voltamos a morar provisoriamente no apartamento onde nascemos - eu e meus irmãos. Há poucos dias meu pai refletiu: "Mas tinha tanto espaço aqui naquela época. Não entendo o aperto de hoje". Eu esclareci: "naquela época, tínhamos 20, 30 centímetros, pai. Hoje, temos 1,70; 1,80"

4 de novembro de 2013

Sobre a morte

Os carros recuam no centro da cidade. Pelo retrovisor, veem as ancas largas da Emergência. Também ouvem seu grito. Estudantes voltam para casa dependurados em suas mochilas com tarefas em aberto. Vovó já não tem posse do próprio corpo. O tempo parece ter-lhe sido displicente: não há mais pressão, visão, respiração, tato, temperatura. O corpo agora é oco. A peça de carne que ficou me nutre de saudade e da sabedoria de que somos todos ventríloquos desse mecanismo antigo e ininteligível que é o tempo. 

13 de outubro de 2013

?

Todos são universais quando comem, bebem, fazem xixi, choram, riem, contraem, relaxam, enrijecem? 

12 de outubro de 2013

Profissão

Na linha de montagem, em seis anos, faz-se um médico; em quatro, um engenheiro; em cinco, um advogado; em dois, um pós-graduado. E um escritor, um pintor: um repente do Tempo?

12 de setembro de 2013

Socializemos!

A natureza humana nos impõe que socializemos. Tia Margareth vive como ostra em seu apartamento - esmagado por caixas, mofos e ar rarefeito. Subitamente, liga para parentes e jorra-lhes cinco anos acumulados de claustro.

Idade

Aproximei o couro cabeludo do espelho. Identifiquei uma pequena safra de fios brancos. Início do fim? O sorriso espontâneo agora implica marcas de expressão nas bochechas e nas adjacências dos olhos. Início do fim! Já há listas de cremes anti-idade para a minha idade. O corpo repudia as guloseimas: acessos de indigestão. O que não é expelido fossiliza-se nos quadris - estes antes tão magrinhos; quase imperceptíveis. Várias vezes me proferem como "senhora". Em se tratando de amor, porém, permaneço banguela. Não a "banguelice"do que já está perecendo à beira da morte. Mas a do que acaba de vir à luz. 

27 de agosto de 2013

Dona Mariana

Mamãe cativa os outros e passa a procuração para mim. Quando ela não está por perto, eu é que tenho que dar conta dos cativados. 

15 de agosto de 2013

Decibéis

Nosso ouvido brasileiro está acostumado ao cara da pamonha. Introduzir Liszt no playlist é reprimir nossa vibração auditiva. 

5 de agosto de 2013

16h

Compromisso às 16h?

Quero o tempo da vida:
derretimento de geleira,
formação de célula-ovo.

Cabelos brancos

Quanto resíduo de vida arquivam os cabelos brancos?

Genoma

Quanta etnia carrego neste corpo altamente perecível? Deixe o preço da análise de genoma humano baixar, para eu acessar meus ancestrais.

24 de julho de 2013

Quadro clínico da vovó

por carolina fellet

Minha avó se transformou em uma espécie de carne do Mc Donald´s. Apesar de o orgânico insistir na vida dela, o discernimento humano já não lhe pertence.
Apelidada por alguns de Alzheimer e por outros de loucura, a doença da vovó serve de amortecedor a problemazinhos cotidianos que surgem para consumir minhas reações.
Somos incomunicáveis - eu e vovó. O código humano já não nos une. Os sons que o corpo dela produz se parecem com os dialetos dos países árabes. E a agressividade que às vezes se apossa do corpo dela me remete a selvas aterrorizantes.
Que Deus a tenha.

12 de julho de 2013

Democracia

Um dia, o corpo democrático(?) do boi passa a ser hierarquizado:
o filé mignon vai para a mesa do grã-fino; a chã, do remediado e o músculo, para a Sopa dos Pobres. 

7 de julho de 2013

Constatação

O voo incorpora-se no pássaro.
O som rebenta na audição.
Faculdades materializam dentistas
e otorrinolaringologistas.

2 de julho de 2013

1403 fundos


Três posturas ancestrais quase universalizam os homens: deitado, assentado e de pé. Sula, por um instante, põe à prova a própria memória articular. Com as mãos, apoia-se no chão e com os cotovelos apontados para as laterais do corpo, sustenta as pernas penduradas. 
A estampa configurada remete o espectador a uma manobra da natureza; talvez à de uma flor antes de incorporar-se integralmente flor. 
Quem observa a moça é o voyeur do prédio adjacente, cuja fachada faz fronteira com os fundos do dela. O rapaz dispõe de binóculo e de uma avidez por espiar. Espia todos os dias os vizinhos englobados pelo seu campo visual sintético. 
Dessa vez, sem entender a paternidade do acometimento, ficou paralisado pela situação. A posição de Sula o levara à gênese do mundo; a vislumbrar a eternidade da vida e  seu incessante processo de composição e decomposição das coisas. 
Ligou-se à moça, mesmo sem lhe saber as feições e o comportamento. E as outras janelas, resguardando os seus respectivos acidentes domésticos, a partir dali foram alienadas por ele. 
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No vocabulário da ioga, a posição executada pela garota é designada genericamente por asana. Para os não-iogues, contudo, ela é classificada como um feito ultra-humano. A estes, quem é capaz de realizá-la acessa também o mistério do voo e o desconhecimento que todas as crias do Tempo carregam consigo. 
Os cientistas desvelaram parte desse desconhecimento e o batizaram de Bóson de Higgs ou Partícula de Deus. Será mesmo que a Ciência está mais perto do oculto da vida? Será que o Tempo poderá ser compreendido pelo pixel? 
Que importa a Ciência perante um coração sequestrado pelo amor? Amor instituído involuntariamente por um esboço feminino visto através do binóculo. 
Os representantes mais rudimentares de toda a fauna conseguem perceber a presença de outros animais - inclusive a do homem - quando estes se lhes aproximam. E o humano, estranhamente, de quando em vez, é frígido diante do seu par, não sabendo as aflições, as expectativas e as desilusões alheias. De tempos em tempos, a manufatura humana - uma máquina de raio X, por exemplo, - ultrapassa seu criador e acusa angústias materializadas, sofrimentos implodidos dentro de um corpo. 
Sob uma angústia irreconhecível, João Luiz questiona-se: como serei notado por essa mulher que me trouxe a perspectiva de que somos todos ventríloquos da vida?
Subitamente, interrompendo a divagação do espião, um vendedor de biju surge na rua que separa os prédios do casal - ainda desunido. Com seu chocalho farto de decibéis, o ambulante anuncia o produto. João Luiz sente-se colado a Sula. O som os alinhara. 
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Assim que amanhece, um helicóptero da Receita Federal decola no Aeroporto da Serrinha para executar a Operação Grifo. Quatro agentes acompanhados de uma câmera supertecnológica irão sobrevoar um condomínio de granjas próximo, a fim de avaliar se os imóveis ali construídos e em construção são compatíveis com o patrimônio declarado no imposto de renda dos proprietários. 
Duas piscinas, três quadras, 800 metros quadrados de área construída. Os músculos oculares da equipe se sobrecarregam com as dimensões e os detalhes a serem analisados. Sorte que a filmadora cumpre seu expediente com demasiada precisão e arquiva toda a construção em suas entranhas artificiais.  
Vencido o observatório, os agentes identificam primariamente o dono do mausoléu: JOÃO LUIZ PAMPLONA, 29 anos. 
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Mais um arranha-céu está sendo construído na rua que separa o iminente casal e, enquanto o Mundo, em silêncio, dá à luz todos os dias matérias, texturas, cores e formas, erguer um mísero edifício implica muito barulho.
A paisagem sonora da vizinhança foi alterada desde as primeiras estaturas dessa construção. E Sula até prescindiu do despertador, pois toda manhã, pontualmente, um muque de peão fricciona uma lixadeira elétrica sobre o 14º pavimento da obra. 
Entoada a fricção, ela levanta-se quase como um autômato, abre a cortina e a janela e inteira-se aos poucos da hora da vida. Mune-se da parafernália exigida pelo civilizado: relógio, indumentária, fragrância, cabelo penteado, dente escovado e olhar sempre avante e segue para a redação. 
Nesse dia, um adendo à rotina: assim que abre a cortina, percebe um movimento incomum vindo da janela do prédio da frente. O pensamento incipiente: estou sob a ressaca do sono. Ela, então, esfrega os olhos e lê um coração desenhado sobre um papel branco imenso, mas reduzido pela distância. 
Amontoa a mensagem nas ações subsequentes e dá andamento aos compromissos do dia, embora ansiosa pelo seu desfecho. A expectativa alonga as horas. Sula embaralha-se nas ações mais triviais, como se intempestivamente desaprendesse a andar. Todavia, após o percurso de tropeços, eis o momento da volta para casa. 
Já dentro do apartamento, sauda brevemente a mãe e desloca-se feito onça prestes a capturar a presa para o quarto, que é fundos. Antes de abrir a janela do cômodo, tenta antever o movimento do prédio onde mora João. Mas os vidros do quarto dela são canelados e a impedem da espionagem. 
Agora livre do efeito inebriante do sono, decide abrir a janela sem mais suspense. E antes que qualquer outro movimento lhe cative a atenção, mais um cartaz rouba-lhe as vistas. Sobre um extenso papel pardo lê-se o símbolo do Facebook sucedido por João Pamplona. 
Ela não titubeia. Busca o nome na rede social, encontra-o, lhe propõe amizade e rapidamente, sem a cerimônia do mundo físico, entra na habitação cibernética de João. Deslumbra-se com a paisagem humana avistada. Se condisser com a imagem de perfil do Face, ele estará para os homens como o Arpoador está para a arquitetura natural. 
Enquanto entre vira-latas a comunicação é automaticamente legitimada no reconhecimento da espécie que os equipara, entre os humanos, há de se compatibilizar o tempo do emissor com o do receptor; o idioma e as subjetividades. 
João precipita-se e quase entope a interlocutora com informação, e após 24 mil caracteres, consegue ficar a dez centímetros de Sula. A vontade dos dois é de beijar-se. Demoradamente. Pois ambos já instituíram, no canteiro dos respectivos âmagos, uma admiração e uma atração mútuas. Agora, querem colocar no prumo os cabos de eletricidade soltos em seus corpos. Querem desovar seus instintos um no outro. 
Ainda com farelos de constrangimento, João aproxima-se mais de Sula, percorrendo os dez centímetros mais extensos de sua vida. Até que lhe alcança a boca. As duas bocas agora se chupam devagar e involuntariamente impõem goela abaixo a presença ligeira da libido - esta que fica sempre a postos de seus solicitantes.  
Depois de 120 mil caracteres, João estava dentro de Sula exercendo a prática ancestral e universal do sexo, e antes que o instinto se materializasse no gozo, o casal percebeu, com a pouca vigília imunizada contra a libido, a sintonia perfeita os envolvendo, feito os hemisférios reverenciando os dias e as noites. 
Dois meses se passaram
Como era fim de semana, o muque do peão responsável pela variação de estatura do novo arranha-céu estava bem afastado dali e das consciências que o reconheciam apenas peão.
Sula, sem o soar da lixadeira elétrica, fora acordada por outra labareda da vida: o aroma do café preparado por sua mãe Nair. 
Já na cozinha cumprimentou-a, ligou a TV e os ouvidos, imediatamente, foram infringidos pela notícia: 
João Luiz Pamplona, 29 anos, foi encontrado morto com um tiro na nuca e outro no tórax numa estrada vicinal no bairro Alpes, região sudeste da cidade. Peritos que compareceram ao local relataram que o jovem se ajoelhou antes de morrer, aparentemente para implorar pela vida. O crime teria sido encomendado por um homem que lhe devia 12 mil reais. O delegado do 4º Distrito Policial, Arzenclever Toledo, informou que o jovem era proprietário de um imóvel avaliado em 3 milhões e trabalhava com agiotagem. 
A desova de adrenalina dentro do próprio corpo marcaria para sempre a vida de Sula. Se dali a cinquenta anos, alguma doença fosse diagnosticada nela, indubitavelmente, essa descarga seria apontada como uma de suas fontes primárias. 
Um mês depois
João Luiz estava em processo de decomposição e seus escombros, empenhados . O filho em formação no ventre de Sula era o prenúncio da eternidade do jovem na Terra; era a vasta memória do tempo que passa adiante o passado com seus códigos fatais.
Carolina Fellet

20 de fevereiro de 2013

Depois de me entupir de notícias, eis o 'resumo' do dia:

Assalto a joalherias
Empresas-fantasma
Patricídio e matricídio
Mestrado para estelionatário 
-
Um salve 
para a inocente braveza do rinoceronte.