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26 de outubro de 2008

Lindemberg e o caso Eloá

Por Carolina Fellet
Esses rapazes com ciúme patológico geralmente possuem dentro de si uma química na qual não se pode confiar.
Eles julgam os outros de acordo com o próprio caráter volúvel.
*Muita mulher solitária, vítima de desamor generalizado, sem dúvida, sentiu inveja do papel de Eloá nessa tragédia real.

24 de outubro de 2008

As celebridades e o céu


Por Carolina Fellet
Ontem à noite, Adriana ficou matutando o porquê de as pessoas que são estampadas em colunas sociais e/ou abordadas pelas mídias ganharem uma mítica toda especial. Ela chegou à conclusão de que essas celebridades tornam-se uma espécie de Deus. E, portanto, a onipresença biônica a que elas ficam sujeitas fazem-nos devotos delas. Amém.

22 de outubro de 2008

Ensaio sobre a eternidade


por Carolina Fellet


O cemitério é descoberto pelo grande fôlego.

Em torno dos túmulos, matos em dia.


Nos vãos das gavetas,

População próspera de poeira.


Entre o cadáver,

O vigor incansável da decomposição.


As calças, as blusas, os sapatos, os potes, os cortes são devastados pela dissimulação do mofo.


Da ciranda com o céu brotam minhas rugas.

Que são autônomas como estes meus seres superficial e profundo.


por Carolina Fellet

Não tem entusiasmo com elogios regados a saliva e espontaneidade. Porque as palavras são verdades nanicas.

por Carolina Fellet


Sobre minha superfície,
Impressões digitais da mamãe.
Quanta tinta:
Tiques, timidez, altruísmo.

20 de outubro de 2008

Dois em um

Por Carolina Fellet
Estávamos nós dois.
De repente, pensei, mas não o revelei.
E você materializou
meu pensamento, me chamando para uma extravasada libidinosa através de um bilhete no guardanapo.
Ganhou uma enorme sustância a sua posição como meu namorado.
A palavra não foi dita e diluída diante
da primeira fragrância do Avon®.
Foi escrita e fossilizada para a posteridade.

19 de outubro de 2008

Poesia de aluna da Estácio JF é destaque em evento cultural

Minha participação no evento Vitrine Café
Matéria sobre esta pessoa no site da faculdade


A acadêmica Carolina Fellet, do 7º período de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (FESJF), irá fazer parte das atividades do Vitrine Café, que acontecerá esta noite às 21h, no Café Acústico (Avenida dos Andradas, 197, Jardim Glória). O evento, de caráter cultural, terá os mais diversos tipos de atrações para os visitantes, como a exposição fotográfica de Aline Moreira, as obras plásticas de Paula Velloso e da professora de Design Gráfico da FESJF, Tainá Novellino, além das produções de vestuário de marcas como a Chico Rei e outras atrações. Um dos destaques da noite será o trabalho poético de Carolina, que abordará temas ligados à modernidade e à tecnologia, como os impactos da ditadura da beleza e as tendências trazidas pela globalização.
A estudante afirma que, desde cedo, já tinha um interesse pela arte de compor. “Escrevo poesia desde criança, desde quando eu aprendi a me expressar através da escrita,” diz ela. Carolina já participou (e foi vitoriosa) em vários concursos de poesia, assim como o amigo Hermany Tafuri (da UFJF), que ficou em primeiro lugar em uma seleção feita na Itália em setembro.
Os textos de Carolina já conquistaram fãs, como o colega de sala Eduardo Vanini, que idealizou o evento desta noite. “Assim que idealizou o Vitrine Café, ele se lembrou de mim e me convidou para participar do evento,” diz ela, sobre como soube das apresentações e se tornou parte delas. “Desde então, me empolguei com a idéia de me entrosar com um acontecimento desse porte.” As entradas para o Vitrine Café custam R$ 7 (com um desconto de R$ 2 para quem tiver o flyer do evento). Os visitantes terão não só a oportunidade de se divertir um pouco, como também terão uma mostra do que a criatividade pode fazer. Segundo Carolina, as pessoas “devem se arriscar nos talentos que lhes são inerentes.”
Mais informações sobre o evento pelo telefone 3215-7518. Para saber mais sobre os trabalhos de Carolina, acesse o seu blog
http://www.anabokov.blogspot.com/



Agência Experimental de JornalismoJornalista responsável: profª. Izaura Rocha Bolsista: Pedro Vieira – 4º período de Jornalismo

HipóTESE

POR cAROLINA fELLET

Eu gostaria de ter habilidade para fazer enxertos.
A princípio, eu iria transpor minha vocação para romancear a vida aos dias de hoje.
O enciclopédico sucumbiria a um grande amor platônico e confundiria a finalidade dos sentidos, a partir de uma goteira constante destinada ao ser amado.
Depois, eu traria a serenidade, que me vem a conta-gotas, inteira. Toda de uma vez. A fim de eu viver mais pousada nas situações.

8 de outubro de 2008

JF Folia (a micareta de Juiz de Fora)


Por Carolina Fellet



A pílula anticoncepcional tomou o lugar do pão de cada dia. Ela é tomada religiosamente. Todo dia.
Concomitante a isso, a bandeira do machismo extravasa a altura de um arranha-céu.
A mulher contemporânea aceitou ser objeto de desejo masculino. Muito em breve, isso será até regulamentado por lei. Ela (a mulher moderna) vai à rua com os peitos transbordando a roupa; malha à beça para incitar a libido do macho.
E beija MUUUUUUUUUUUUUUITO nas micaretas.
Antes de vulgaridade, antes do juízo de valores, festas assim são extremamente anti-higiênicas.
*com essa moda de traição, ainda tem a questão do incesto... Quantos irmãos não se beijam, involuntariamente, nesses eventos?
E as atitudes comuns nesses carnavais fora de época estão se consolidando e culminando em tradição. A tradição que traz à tona nosso período primata...

Tome nota!

Por Carolina Fellet

A juventude da minha geração – 1980 – é mantida pela tecnologia de ponta.
Esses homens biônicos, cujos músculos são tão rígidos que beiram romper a qualquer instante, me instigam em um aspecto: eles (os homens biônicos) são tão biônicos que até a ereção o é e, portanto, precisam tomar um “smurf” antes de copularem.

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Em relação aos médicos, ninguém fez melhor definição que Fiódor Dostoiévski quando afirmou que quem lhes crê é supersticioso. Concordo plenamente, haja vista que, como qualquer profissional, os médicos são preparados para realizar procedimentos em nosso corpo; e não salvar nossas vidas das fatalidades invencíveis.

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O homem tem, nesta temporada orgânica da existência, a chance de se organizar melhor, em se tratando da lida com os outros no dia-a-dia; de simplificar os empecilhos para chegar ao bem-estar e, no entanto, enrola-se mais que um formigueiro em chamas.
Em casa de dois ou mais andares, repare como os habitantes transitam carregados de utensílios para todos os lados. Enquanto as formigas o fazem com uma única pretensão e de forma esquemática.

6 de outubro de 2008

Dramaturgia

Por Carolina Fellet


A inadimplência faliu um banco nos EUA.
E a Bovespa despencou.

O luxo está ameaçado.

Vou me abster das regalias.
Guardar um pouco da verba para fazer jus

Ao prazer de interpretar a vida.

Consertos em geral

por Carolina Fellet


Lá no quartinho de entulho da psique dou jeito nos erros dos transeuntes com que cruzo.
Cabelo emaranhado,
Dente escurecido pelo tratamento de canal,
Nariz muito adunco,
Pele esburacada.

Esse acerto eu faço sem que ninguém saiba.
Ou sequer perceba.

É num quartinho dissimulado pelos sentidos.
Meus movimentos e correções não transbordam o líquido.
E morrem antes de chegar aos meus tiques.

Churrascaria

por Carolina Fellet


Sangria hedionda.
Pressentimento na fazenda.
Sadismo dentro do prato ensangüentado.
Cemitério e prazeres.
Mortos no espeto.
Saliva no aparelho bucal do homem.
Estranha lei da vida.

1 de outubro de 2008

Bolhas, dores, ardências e afins

Por Carolina Fellet
Andei demais. E o que me guia rejeita meus esforços. Nos pés: bolhas.
Meu corpo compõe meu percurso e, no entanto, age autônomo, dissociado do meu conjunto. Aquele dói enquanto minhas repartições abocanham alegria, e arde no momento em que meu oculto se diverte sob o sol.
Esta temporada orgânica espirra – ATCHIM - em situações mais indevidas: momentos fúnebres, reunião de pais e catecismo.

Misoginia (de mulher a mulher)

Por Carolina Fellet
O homem brasileiro é o grande culpado pela rejeição, por parte das mulheres, às mulheres.
Porque, sob o jeito “não perde uma”, nem que seja no olhar, ele incita a desconfiança no gênero feminino inteiro.
A solução: importar um container repleto de gringos civilizados e pudicos para cá.