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2 de janeiro de 2006

À espera de serviços públicos

Os pronunciamentos deste mundo de tijolos geralmente não me deixam elétrica. Ao contrário, bate-me uma tristeza... Uma ameaça de morte; de silêncio absoluto. Fico vendo os incumbidos da luta material à espera dos prolixos serviços públicos. O Serviço Público é sócio dos deuses do apodrecimento das vidas. Daqui a 10 dias voltarei para pegar novas safras de senhas. Onde será que ficam as hortas de tanta senha. Já era para ter se esgotado a matéria. E os 10 dias? 10 dias é muito. Em 10 dias o Tempo materializa nosso teto, tinge nosso teto, expõe joalherias no teto; transforma a juventude da cereja em velhice precoce; natureza viva, em dez dias, pode vir a ser natureza morta; um bebê - sujeito oculto- torna-se uma pronúncia de Deus; em dez dias, tudo que um dia foi a bengala de um lindo gerúndio se conclui no pretérito. Esperarei com calma, afinal a Vida que se materializou nesta moda não é nenhuma atleta; é um mísero artesanato de mãos antiqüíssimas e estrangeiras; um artesanato que não contemporiza; um artesanato nada camaleão; um artesanato absorto.
FIM

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