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28 de janeiro de 2009

Amor ao inanimado


Por Carolina Fellet

Namorados já lhe haviam castigado o passado.
Cartas longas e telefonemas lhe confundiam os sentimentos.
Amizades duradouras e coleguismos frescos não lhe despertavam interesse.

Mas Tilê também não gostava de estar sozinha,
Porque, na rua, sentia-se muito vulnerável a observações e pensamentos involuntários dos outros.
E, em casa, acabava sendo vítima de fluxo de pensamentos indesejáveis.

Nos livros, conseguiu alterar o DNA das próprias consciências órfãs e aterrorizantes.
Do celular fez companhia inseparável.
Já que este não a deixava solitária, à mercê de olhos e sentidos versados no alheio.

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