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13 de fevereiro de 2009

Adulto, criança e formação da personalidade


Por Carolina Fellet
A questão “educar filhos” na minha casa era tão natural que parecia prescindir dos esforços dos meus pais. Os ensinamentos deles funcionavam como a produção e eliminação de urina naqueles indivíduos que não têm controle dos esfíncteres. Atitudes de que era incumbida a Metafísica; isso é o que me parecia.
Há uns dias, e depois de um bom tempo inserida na fase adulta, fiquei tentando decifrar as destrezas de aranha que minha mãe utilizava para me ensinar boa postura à mesa, fino trato social e o uso necessário dos comandos da boa educação. Não consegui realizá-lo.
Não me lembro de mamãe ou papai me xingando, me chantageando, nem compensando antigos maus tratamentos com porta-malas de carro cheios de presentes. Consequentemente, aguça minha dúvida acerca da forma como eles me entrosaram com a boa educação.
“Comportar-se”, conforme recomendações póstumas à época em que habitávamos selvas e que vivíamos versados em instintos principalmente, é resultado de condicionamento.
Mamãe e papai sempre me deixaram viver de acordo com as ficções que fazem casa no cérebro infantil. E, nos tratos sociais, os ensinamentos se davam baseados em mímicas: mamãe faz, filhinha faz.
Deu certo!
Porque, depois de adulto, a cultura defendida e divulgada pelos progenitores pode ser alterada pelo nosso discernimento de gente grande.

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