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19 de setembro de 2015

Sem Tempo para Nada

    Dois mil e quinze é data para arqueólogo, não?! No meu calendário clandestino, estou no ano 30. Sim, faz 30 anos que filtro o mundo e para mim, ele também tem essa idade.
    (Ah! Quanta pretensão converter o Tempo em datas, aniversários...)
    O Tempo é a batida intransponível do coração de cada um. Ou são as mudas da cabeça do vovô devastadas por um mau tempo fisiológico? Ou ainda o amarelo que se institui nos corpos das onças? O Tempo é a matéria de que somos feitos. Ou seriam as árvores centenárias que testemunham amassos, dilúvios, velórios e outonos?
    É muito complexo ponderar o tempo. Cada um tem sua própria escala. Na infância, eu media o meu pelas pipocas remanescentes de uma sessão de desenhos, pelos dentes que caíam, pelas sextas-feiras-depois-da-escola.
    Fico pensando nessa gente famosa... Como ela atualiza o respectivo calendário? Através dos zeros à direita tingidos no extrato da conta bancária?
    ...
    – Cinquenta reais a sua corrida, senhora.
    – Aqui estão. Deixa eu voar porque tô sem tempo para nada, moço. Tenha um bom dia.

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