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15 de outubro de 2009

Quando a relação acaba

por carolina fellet

Ficar viúvo é muito triste. Não dá para negar. Mas, por a viuvez ser uma imposição da Natureza – que é perfeita –, as pessoas acostumam-se com isso e, subitamente, começam a perceber que “viúvo é quem vai”. Geralmente, envolvem-se em outros relacionamentos e se dão muito bem com eles e com a saudável memória daquele que se foi.
No entanto, quando um namoro (ou uma união qualquer) termina sem morte, a perda é mais sofrida. Porque o defunto fica vivo. Circula pelo Centro da cidade. Vai a festas. Paquera outros. Dança com outros. Beija-os. Faz sexo com outros.
Enquanto a barreira da viuvez é outorgada e inafiançável, a do fim de namoro sem morte acontece por uma série de constrangimentos e rancores, que nos aniquilam mais que o fim dos dias e do mundo. Que nos matam devagarzinho e com requintes de crueldade.

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