Tomar uma aspirina. Quase nada me faz sentir tão derrotada quanto praticar esse ato.
Estou acostumada à miopia da autossuficiência, do autocontrole. De repente, uma dor chega sorrateiramente e se apossa da minha química. Mantenho-me sob a burra imponência que me é inerente. Mas as horas passam e à medida que avançam, aumentam a carga da dor. Entrego-me. Como o bandido que desiste da fuga e se rende aos policiais. Abro a gaveta. Tiro a cápsula da clausura da cartela de comprimidos e a engulo. Depois disso, atesto-me derrotada.
2 comentários:
É curioso. Tenho um amigo que diz que "aspirina cura quase tudo". É uma filosofia. Mas como você, aceito os analgésicos como uma derrota pessoal.
E fico pensando sobre esses 'discípulos de "Marley"' que gostam de sinalizar que usam maconha. É triste.
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