Total de visualizações de página

30 de novembro de 2005

Insônia

Depois de uma noite à mercê; sem papel, entreguei-me às lágrimas. Não havia outra oportunidade. Tive que chorar para atenuar um pouco o câncer da alma; a isenção do corpo e a agudez da alma.
Desisti de lutar com todo músculo da alma em prol do sono; do "off". Escancarei a janela usando a mais alta potência do desespero. O desespero, quando materializado, repercute em estouro, erosão, poluição. Assim arranjo à alma um enfeite vindo do mundo.
Estou no colo do desespero. Minhas carícias saem de suas mãos, Oh!Desespero.
E, de repente, de olho ao infinito, vem vindo um ônibus. E o ônibus é quase um truque que equivale ao inexplicável. Ele vem a desfilar sua grande vitrine de terra chinesa, se inicia perante a inércia de uma das faces do mundo e depois apaga-se como a morte ocultada por manobras humanas diante do ritual do enterro.

Nenhum comentário: