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5 de agosto de 2007

solidão aos cachos

Tantos objetozinhos humanos se delongam na devoção ao amor, ao amor que preenche, que acrescenta, que afasta das maldições inerentes ao universo elaborado pela humanidade, e que nunca cessa respeitar-lhe.
Caso se pensasse, com um pouco mais da serenidade típica do carinho, no valor do amor, muita gente optaria pela solidão a um. Ter de haver devoção a algo, é porque este demanda um empenho unilateral imensurável. Ser devoto das expectativas do amor é um cargo-casta.
O amor é transferir ao outro a própria solidão. É ser generoso com a solidão. Solidão a dois. Antes, as solidões diziam respeito aos problemas intrínsecos do indivíduo; quando este deseja estender sua intempérie a outrem, a solidão caminha com dois pares de pernas, a solidão abstém-se da origem da unicidade e parte de uma fonte dua: solidão a dois.
Acontece também a solidão aos cachos.
Imaculada está quieta, frustrada com a vida, depressiva à beça... Decidi reunir um grupo de afins para fazer uma reunião com música, iguarias e bebidas. O ouvido dela abocanha instantaneamente uma solidão em cacho. O que ela leva ao cômodo da memória que não finda as sínteses de sentimentos e sensações são as solidões das bananas. Tudo é solidão... Ainda que bons sentimentos emanem dos tempos de casais, é a partir da solidão que se reconhece o bem-estar.
Há quem prefira solidão aos cachos,,, Quem se sobrecarregue com o quase-intransponível de cada pessoa.

Um comentário:

Caio disse...

só pra dizer q vc eh foda

adoro seu blog

bjs