Tantos objetozinhos humanos se delongam na devoção ao amor, ao amor que preenche, que acrescenta, que afasta das maldições inerentes ao universo elaborado pela humanidade, e que nunca cessa respeitar-lhe.
Caso se pensasse, com um pouco mais da serenidade típica do carinho, no valor do amor, muita gente optaria pela solidão a um. Ter de haver devoção a algo, é porque este demanda um empenho unilateral imensurável. Ser devoto das expectativas do amor é um cargo-casta.
O amor é transferir ao outro a própria solidão. É ser generoso com a solidão. Solidão a dois. Antes, as solidões diziam respeito aos problemas intrínsecos do indivíduo; quando este deseja estender sua intempérie a outrem, a solidão caminha com dois pares de pernas, a solidão abstém-se da origem da unicidade e parte de uma fonte dua: solidão a dois.
Acontece também a solidão aos cachos.
Imaculada está quieta, frustrada com a vida, depressiva à beça... Decidi reunir um grupo de afins para fazer uma reunião com música, iguarias e bebidas. O ouvido dela abocanha instantaneamente uma solidão em cacho. O que ela leva ao cômodo da memória que não finda as sínteses de sentimentos e sensações são as solidões das bananas. Tudo é solidão... Ainda que bons sentimentos emanem dos tempos de casais, é a partir da solidão que se reconhece o bem-estar.
Há quem prefira solidão aos cachos,,, Quem se sobrecarregue com o quase-intransponível de cada pessoa.
Um comentário:
só pra dizer q vc eh foda
adoro seu blog
bjs
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