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11 de março de 2008

As Regras


Por mais que haja correntes feministas,
Ascensão das mulheres na sociedade,
Liberação sexual e o orgasmo das vaginas,
A sangria transgride o Tempo e resiste –
Ortodoxa e irredutível.

A guerra das regras rejeita os deuses do prazer.
Porque teme a fatalidade de uma gravidez.
Se as regras não vêm,
Imediatamente:
Piscina de insensatez.

Que visão será essa,
Que nos surge munida de líquido,
De vermelho, de odor?
E ainda de dor.
Da dor de tantas meninas menarcas
E de tantas senhoras menopausas.

A menstruação é o prenúncio da proliferação humana,
De um promissor genocídio ao contrário:
Em vez de moribundos e mutilados,
População aos cachos,
Aos trapos,
À mercê.


Mortos vivos que não sabem o que lhes espera.
E cujas escolhas nunca se deslocam das próprias quimeras
.

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