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14 de junho de 2008

por Carolina Fellet
Para se comer em público

A aranha, seja por seu aspecto peludo, seja pelas ameaças que carrega sob seu corpo, é temível por todas as faixas etárias.
OPA! Eu me perdi no meio da confusão que impera nesta sala de aula e deixei minha imaginação falando sozinha.
A sorte é que minha memória abocanhou o que aquela dizia. Era da habilidade de a aranha tecer sua teia e deixá-la arquitetonicamente sem pecados.
Quanta técnica ela acumulou para atingir o ápice da habilidade de joão-de-barro.
Depois, me vem à mente a destreza de se higienizar que é inerente aos gatos, os quais, depois de expelirem seus excrementos, dão-lhes o destino dos mortos e os enterram.
Por último, a lanchonete que costumo freqüentar.
Cheguei lá e pedi pão com queijo curado e nescau.
Para não afogar meus objetos em uma poça d´água que havia sobre um dos balcões, tive que espalhá-los sobre uma vitrine de frios.
Na quinta mordida de pão, eis que me chega aos ouvidos o pedido de um senhorzinho à funcionária do café: um pingado e um pastel de carne, por favor.
Deu-me pena de pensar no organismo do homem metabolizando aquela combinação. E como se isso não fosse suficiente para enojar minha vida interior, o velho mordia o pastel e umedecia o conteúdo capturado para dentro da boca com goles de pingado para lhe facilitar a mastigação.
Eu não tenho know how para dar dicas de como comer em público. No entanto,
Xadrez e bolinhas, eu sei que não combinam.

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