por Carolina Fellet
Quando, de repente, me faltou matéria-prima para escrever,
Eis que a Vida me aniquila através de uma gripe.
Minha parte interior, que seguia movimentada
Sob libidos, pretensões, trabalho árduo e diário,
Recatou-se com tanta discrição que eu a perdi de vista.
Meu corpo, numa intenção de se mostrar bem vivo,
Manifestou-se em dores...
Meu corpo foi todo dor.
Apesar de essa fotografia estar muito mais inclinada à morte
E a cenários lúgubres,
A gripe e a ambiência que ela causa são uma grande metáfora da vida.
Está-se – ainda que contra a própria vontade e crença – incessantemente à mercê
do invisível, do minúsculo, do insignificante... Do impalpável.
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