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1 de fevereiro de 2010

Floquinho

por carolina fellet

Juventude acata quase tudo que lhe é oferecido sem grandes questionamentos. Do dia para a noite, começa a falar “vibe”, “pode crer” etc.
O tal do “ficar” em baladas é praticamente imprescindível entre os jovens. Sem ele, a noite deixa a desejar no balanço do dia (ressaca) seguinte.
Sábado desses, eu, solteira há cinco meses, estava dançando num PUB e um camarada se aproximou de mim dizendo:
- Ei, você parece um floquinho de neve. De tão branquinha que é.
Dei-lhe um sorriso simpático.
Depois, à medida que eu me deslocava rumo ao banheiro do bar, o cara pronunciava: FLOQUINHO, FLOQUINHO.
Muito discretamente, eu lhe disse – com o timbre amistoso até:
- Floquinho é nome de cachorro.
...
Estiquei um pouco a conversa, o que fez o rapaz me achar interessada nele. Equívoco.
...
Lá pelas tantas, depois de ter percebido meu jeito recatado, ele me disse:
- Como você se diverte? Não bebe, não fuma?
E eu lhe repliquei:
- Já ouviu falar em vida interior?

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