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21 de agosto de 2010

Homens: são todos iguais?

por carolina fellet

Decepção amorosa é tão fatal quanto o despontar de um par de seios – para as mocinhas. Linda ou feia, gorda ou magra, inteligente ou burra, animada ou depressiva, ela sempre aparece em determinado momento da vida de qualquer menina.

Àquelas que empreendem muita expectativa no parceiro, a primeira frustração amorosa pode ser letal. Porque em vez de o tempo seguir seu status natural e aliviar a dor da perda – ou de traição e maltrato – ele parece potencializá-la. Consequentemente, liquida a saúde (ou a própria vida) de quem esteve sob suas rédeas.

Assim que me estreei na seção da paquera, estive sujeita a seus louros e a suas intempéries, inevitavelmente. E o que pude ponderar disso é que os conflitos se enraizavam em mim com muito mais facilidade que as glórias.

Por anos a fio, ficava imersa nas águas paradas da tristeza; sem vislumbrar melhora e novas perspectivas. Encarava o desleixo masculino como consequência de uma falha única e exclusivamente minha.

Porém, como na Natureza, as pessoas variam de estação: amadurecem, atentam-se a outros sentidos, mudam de gosto, desenvolvem expectativas diferentes.

Comigo não foi diferente.

Meu âmago conseguiu – com os destroços das minhas relações malsucedidas – me transportar à razão.

Hoje racionalizo meus fracassos, principalmente os amorosos, e penso: tudo de extraordinário que o outro possui é mais uma projeção nossa em relação a ele, e menos uma verdade autossuficiente.

Em suma: os homens são, sim, todos iguais. Os “melhores” são apenas o produto de nosso investimento altruísta neles – bonzinho, bonitinho, trabalhadorzinho...

Um comentário:

GCGoulart disse...

Se assim pensa uma mulher, assim não pensarão todas? E todos? Os homens cobrando das mulheres que elas sejam só seu próprio desejo espelhado? Como seria sem cinza e sem razão alguma tudo, então. Entrega-se, antes, ao "não-visto", ao "não-descoberto" e verá, depois, que apesar de cada um se agarrar com o mesmo desespero nesse barco que nos leva a todos, cada "aperto" nas madeiras trabalhadas... deixa um digital diferente...