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17 de novembro de 2007

Leão

Na relação deles ainda não havia penetração.
Línguas, atividades artesanais, deslizes com a palma das mãos sobre a cútis.
Ainda não havia penetração na relação dos dois.
De um lado, muita inteligência. Inteligência é chique, é vital, é sadio, é medalha, é prática de ioga, é apetite, é lascívia pura.
Do outro lado, leão, que come viva a outra carne e depois se aquieta, com vazies
, sem ecos, sem patrimônio após tantos esforços. E o consumismo desenfreado de comprar vinte e sete peças de roupas na mesma data e estendê-las como a natureza morta sobre a cama. Depois, ir tomar um banho, pôr a mesa, avisar da hora da refeição, assistir ao telejornal, implicar porque não se consegue silenciar e viver o nada. Morrer, morrer um pouco por dentro, uma vez que é assim a fatalidade.

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