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23 de novembro de 2007

Menino Moderno


Ao telefone:
Pô, cara, não acredito que tu não conseguiu levar a mulé pra sua casa.
Va-ci-loooou, velho.

A poucos segundos do bate-papo,
a mãe do que se lamentava do lado de cá do celular veio buscá-lo.

O garoto entrou no carro, sentou-se, sequer se dirigiu à mãe,
Pousou os olhos numa menina bem magrinha,
Cuja cútis lhe pareceu singular e
Cujos seios durinhos extravasavam o tecido da blusa.
A mocinha parecia esperar por alguma carona
E lhe serviria de estímulos noturnos, virtuais e voluptuosos.

Os valores de Arnaldo – o tal rapaz – jamais cogitaram arriscar-se
Nas culturas de sentimentos - que não os postiços -
Que o incumbiam, falsamente, de Vinicius de Moraes,
E que o faziam sentir amante perfeito, que ama muito

E muitas.

Prateleira de frascos vazios.
Os jovens todos sucumbem às bússolas mais primárias da condição humana:
Cardápios, corpos, corpos, corpos, cardápios e mímica das projeções mais contemporâneas da sociedade
.

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