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10 de setembro de 2008

A 2

Por Carolina Fellet

Moradas erguidas,
Casais subnutridos de si.
E, por isso,
Encaracolados um no outro.
Inércia de uma avenida.


A primeira marcha do ônibus
É que movimenta a avenida.
Onde uma menina está parada –
À mercê dos trâmites da própria libido.


Da menina vem vindo o namorado
Trajando um casaco pós-moderno,
Cujos tons se confundem em misturas desbotadas.


O resto se embaça
Porque o ônibus já está longe.
Desfigurando os futuros.
Assegurando transgressão à cabeça.

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