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9 de dezembro de 2010

Sobre ter filhos

Ter filhos é intermediar Deus ao novo, o qual é curioso, inquieto e livre para receber comandos e conhecimentos.

Conduzir um serzinho à Vida, portanto, demanda inteligência e cautela.

O que se vê, no entanto, é pai optando pela paternidade como uma obrigação civil, e não devido ao desejo de se envolver integralmente nessa missão. O produto disso são filhos vivendo suas naturezas de um jeito autônomo – como a grama, o vento, o céu – e se encalacrando com os barros das descobertas e seus respectivos tropeços.

Não menosprezando a biologia dos vegetais, eles próprios precisam ser regados de duas a três vezes por semana. Se se trata de ser humano, o comprometimento com este deve ser bem maior, porque além da subsistência ele precisa de carinho. E não dá para ser autodidata em se tratando desse tema.

Viagem para a Disney substitui ensinamento de educação e de bondade? Brinquedo supertecnológico dispensa afeto dos pais? Coração de babá tem o mesmo conteúdo de coração de mãe?

O que você, pretenso pai, tem para contar/ensinar a seu pretenso filho? Vale a pena trazer para a vida alguém de quem você será o guardião?

Tenho muita pena desses que vêm à luz seres humanos e vivem como mato; respeitando apenas a natureza que lhes convém.

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