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20 de junho de 2005

Festa

Preciso extravasar. Já não agüento este império redundante dos dias. A própria ambiência demanda excessos: Chuvas em escala industrial, sóis que transformam o chão em frigideira, vermelho indecente de flores inéditas a estes meus "olhos órgãos". Preciso sair da clausura que tanto me agradou nestes dias, mas que já virou clichê. E sair desta clausura é entrar em outras clausuras. As dos indivíduos muito mundanos. A prisão dos convencionais. A prisão dos que contemporizam a modas vigentes - Ora as dos céus que estabelecem o que deve se fazer de acordo com o semblante do dia, ora a recomendada pela razão, pelo bom senso. Disseram-me para não falar, para não olhar, para não comentar. Preferem o gozo na clandestinidade. Eu não escolho lugar a gozar. E querem um gozo moderado. Que paradoxo: Gozar é exceder-se. Não quero a mim uma vida previsível. Não quero sucumbir ao peso da manada. Quero ser este fluido enigmático que é inerente à existência.

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