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26 de junho de 2005

Frete

Neste itinerário Vida X Morte, em que serei transformada? Virarei matéria-prima a buquês lindíssimos de rosas vermelhas, serei meras minhocas a trabalhar na terra, serei o verde da vitrine dos grilos? A vida é o incessante processo. Talvez eu sirva de azul ao infindável céu das tardes. Talvez eu seja a cegueira de uma vida que virá em um corpo qualquer, num barraco sórdido ou num palácio impregnado de nostalgia. Quando se morre congela-se tantos ares, tantos comportamentos da alma. A alma repete-se. Usa a mesma indumentária. Quando se morre, aumenta-se a vida do nosso poço inerente. Quando se morre, aproxima-se da cortina vermelha dos bastidores desta coisa efêmera. Destas trocentas carcaças incumbidas de me ser. Morrer é conceder toda a vida às outras coisas viventes.

Um comentário:

Raffab disse...

ainda assim... tô tentando achar... algo que me explique... só mais um... podemos ser qualquer coisa quando vivos, por isso... não se preocupe em o que ser quando morta... é um luxo... hehe... seja o que quiser, desde que olhe para todos citados com os mesmos olhos... Ame.