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7 de dezembro de 2007

Ótica


Não há como prescindir do verbo rodriguiano. Não, não há mesmo.
De repente, Ana chega ao banco – após o expediente – a fim de sacar uma quantia irrelevante no caixa eletrônico. Ela está desenxabida, com uma tênue dor de cabeça. Saiu sem muita vaidade, totalmente livre de qualquer ranço de cabotinismo; ao contrário, nos últimos dias tem se sentido feia à beça, além de estúpida e repugnante.
Antes que se atentasse a qualquer seta do Inconsciente, o par de olhos a conduziu ao rapaz mais belo (beleza é algo que não existe, embora erice um agrado aos sentidos) que estava à fila.
Como um chá, a linfa feminina simulou volúpias e egos presunçosos.
Depois, pudica, voltou ao amor monogâmico.
Haja tecnologia cerebral para desenraizar o não-civilizado, este cadáver que nos fede por dentro.

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