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3 de dezembro de 2007




O movimento da Caveira


A irmã mais velha implicava com o namorado da irmã mais nova. Fazia-lhe a caveira do rapaz. De repente, longe de a relação se oficializar e de se estabelecer vitalícia conforme os impérios da cultura neo-moderna, o garoto morre em decorrência de uma apnéia.
No momento incipiente que sucedeu o enterro, a viuvinha referiu-se à irmã:
- A caveira que você prognosticava entusiasmada todos os dias, a carne que – malgrado ereta – nunca lhe valeu e nem viveu, é seu desejo póstumo e a mais nova encarnação. Está feliz? BOA NOITE!
Pranto.
Desejo de “deXistir”.
Os motivos dos instintos mais repugnantes se deleitam com o cadáver – rodovia de ratos e baratas e tatus e outras materializações horrendas.
Pranto………
Noventa anos se passaram.
A decomposição culminou em uma haste, uma serena haste de uma tulipa nascida em Ancara, na Turquia – região originária dessa espécie de planta.

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