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25 de dezembro de 2007

Ho ho ho ho


A família está em movimento sobre o asfalto pouco obstruído da estrada que fora privatizada há um tempinho, felizmente. Jane é a caçula, tem vinte e dois anos. Ela pega o espelhinho que lhe fica na bolsa para qualquer emergência e/ou desconfiança estética. Com o refletor, observa se há carros vindo ao encontro do veículo em que está. Não há. A estrada está vazia. Ela então põe a cabeça para o lado de fora. É sesacional ir de encontro ao vento e, principalmente, olhar as árvores pelas quais se passou há muito pouco tempo atrás, embora elas já sejam pretéritas. É Natal. O inconsciente é imensamente volúvel, porque contemporiza a números de calendário e sofre ou goza conforme o algarismo que fulgura. Fim de ano, as comoções e sentimentalismos rasos são maioria poderosa.
Jane lembra-se da época em que se esperava com avidez pelo parto; o parto de uma Letícia, de uma Nina, de uma Carolina qualquer. No dezembro incipiente a gestação se iniciava e no 25 do mês, à meia noite, o troca-troca de presentes a excedia. Era a felicidade de mãe, da realidade exímia das crianças que se tornam o que desejam de uma hora pra outra.

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