por carolina fellet
Para quase tudo neste mundo civilizado há uma medida, um parâmetro, um manual. As escolas abordam as mesmas matérias; os cursos superiores oferecem especializações em áreas que existem desde o tempo em que a vovó era solteira; o ponto do brigadeiro ainda é um dos mais difíceis entre a população dos doces; o primeiro beijo, assim como as primeiras vezes, é insosso.
Tanta teoria tenta nos prevenir do mal, do equívoco, da frustração, mas somente a vivência das situações é que sintetiza reações dentro de nós. E à medida que a gente se habitua aos acontecimentos que interceptam nossas vidas é que os anticorpos vão sendo produzidos pela força clandestina que nos acompanha desde sempre.
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Ontem, com os olhos arremessados no livro “O mundo pós-aniversário”, da americana radicada na Inglaterra, Lionel Shriver, fiquei pensando na vocação unânime que as mulheres têm de amar. E a ferramenta de que elas dispõem para exercer o amor é bastante falha. Haja vista o desejo do gênero feminino de embaçar o mundo e suas implicações, a fim de sobreviver de afeto.
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