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12 de maio de 2010

Sobre a sensualidade

por carolina fellet

Estava assistindo a uma cena de “Viver a vida” (novela das 21h transmitida pela Rede Globo entre setembro de 2009 e maio de 2010) em que a personagem Alice, vivida por Maria Luisa Mendonça, estava prestes a transar com Osmar, interpretado por Marcelo Valle. A atriz surgiu sob uma bela lingerie preta às vistas do “affair” na trama.
Concomitantemente a isso, pensei – do lado de cá da televisão – na sensualidade de que tantas e tantas brasileiras são partidárias. Pelas ruas, é praxe o espetáculo de calças superjustas aliadas a blusas tomara que caia e saltos mega-altos.
Não há iguaria melhor para as vistas – principalmente as dos homens – do que um corpo feminino bem talhado e realçado. Porém, romper a privacidade da sensualidade e trazê-la à pele soa antinatural. É como incorporar a tristeza vestindo-se com roupas em tons pastéis.
O interessante da sensualidade é ela ser precedida e também incitada por um certo mistério. Expô-la como mamões frescos à venda na quitanda rompe com o propósito dela. Afinal, lascívia tem muito a ver com sutileza. Com descoberta. Com diálogo sensorial.
Por outro lado, existem tantos homens e mulheres que adotam uma postura tão distanciada do próprio charme que ficam parecendo pedagogos que gostam de fazer cartaz e organizar excursão de adolescente.
Assim fica infértil o campo da paquera.

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