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3 de maio de 2010

por carolina fellet

O incômodo-chefe na visita ao ginecologista, em vez de ser a completa nudez diante das vistas do médico, é ter que falar de si objetivamente, como cada ingrediente da receita exposto na bancada da cozinha antes da mistura. “Estou a fim de transar com meu namorado. Qual a medida devo tomar?”. Quando o problema é gástrico, ou oftalmológico, ou ortopédico, o paciente fica imune a grandes exposições, já que não precisa cogitar muito da sua vida íntima.
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Por que é que todo mundo tem a necessidade de se blindar? Que ouro é esse que necessita de esconderijo? Que horas acionar o botão do “isso eu posso falar”? Mesquinharia consigo mesmo sempre deixa a própria piscina cheia de ratos. Depois, no processo de recuperação, só mesmo uma diálise profunda.

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