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27 de julho de 2008

Zilda

por Carolina Fellet

Sob a lascívia de dois jovens pobres,
Unidos por frisson e falta de perspectiva,
Iniciou-se a materialização de Zilda.


Zilda veio à luz como um equívoco.

Em esquinas com caixotes,
Paredes engolidas por matagal,
Bancos de praça,
Debaixo de decotes e fragrância do Avon,
É que os pais da mulher se encontravam.


Um belo dia, o ciclo - pontual -
Sempre em dia,
Não veio.
E o receio se confirmou como certeza:
É gravidez!


A falta de perspectiva aumentou seus índices,
Enquanto o frisson se rendeu ao caos do inesperado:
Mais uma vida para se abrigar no barraco.


Diante de lutas e lutas e lutas,
Zilda conquista sua subsistência:
trabalha em casa de família,
é babá por uns dias...
Vive salpicando alegrias.
Sempre em dia com a Vida.

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