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6 de novembro de 2009

Época de escola

por carolina fellet

A fase de produzir redação na escola possui cargo vitalício. É praxe o professor querer saber como está seu português e lhe pedir que escreva vinte linhas sobre determinado assunto. Tive uma professora que sempre dizia: “tema livre, pessoal!”. E isso me deixava mais ou menos à vontade, porque liberdade excessiva é uma forma de condenação.
Àquela época de 5ª série, não escrevia com desenvoltura; sequer tinha interesse por essa atividade. Só me considerei mais destra no assunto a partir de uma forte dor no peito que tive durante uma madrugada de leituras. Desde aquele dia, passei a vislumbrar alma em todas as coisas que pareciam demasiadamente óbvias para mim.
Descobri que as frutas possuem um espectro, que o céu é cheio de sentidos ocultos etc. etc.
Lembro-me de que, no tempo de escola, os mestres gostavam que nossas redações estivessem impregnadas de citações. Queriam que fôssemos repetições de obras já concluídas e com a última camada de tinta. Com isso, nossa criatividade morria ainda broto.

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