Total de visualizações de página

10 de março de 2010

por carolina fellet

Fui a uma farmácia de manipulação para encomendar uma loção para o cabelo. A intenção era de dar um pouco mais de volume a minhas madeixinhas murchas.
Na data pré-estabelecida para eu pegar o medicamento, lá estava eu; lá estava o emplasto. Para intermediar nossa aproximação, a balconista.
Costumo ser bem prosaica nas relações burocráticas que me surgem. Mas, nesse dia, violei meu hábito e puxei papo com a vendedora. Esta se mostrou cortês diante da minha primeira frase. No entanto, a partir do meu segundo pronunciamento, ela projetou o olhar para outra direção.
Atenta que sou, percebi-lhe o desinteresse e assassinei a palavra que estava na minha boca.
CABELEIREIRO
A desatenção da balconista estava tão supurada que ela sequer percebeu que eu matei o cabeleireiro.
Até hoje estou impune.

Nenhum comentário: