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29 de julho de 2005

A qualquer coisa que é

GENTE: Palco à manifestação do Mundo. Palco com chão incessantemente modificado.
Palco às diferenças. Palco a tudo. Não sou. O mundo é que, ousadamente, me é. O mundo me é brigadeiro. O mundo me é o cheiro de tinta fresca. O mundo me é Bach. O mundo me é a beleza que constrange. O mundo me são cólicas horrorosas. O mundo me é grande nostalgia e rara vaidade. O dia em que o mundo quiser, ele não mais me será.
Se fosse por mim, eu não seria o mundo assim. Eu seria o mundo antes. Ou seria uma árvore: Também palco para as manifestações suspeitas das cores e das formas. Eu gosto de ter livre acesso a tudo. Gosto de ser transeunte.
Eu acabei sendo, talvez para dar chance a amores ganharem verbo. Acabei sendo para que as lágrimas pudessem ser. Acabei sendo para assistir ao espetáculo indecente da rosa se exibindo. Acabei sendo a fim de idealizar com mais realce o que, duramente, é real. Sou, na verdade, a total entrega às manobras do Tempo.

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