Total de visualizações de página

17 de janeiro de 2007

OBITUÁRIO:

16 de janeiro de 07. Morre Luiz Augusto Pafè Albuquerque, militar de sessenta e seis anos.
Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmmmmmmmmm.
- Gabriela, avise a todos aí que o Luiz Augusto morreu.
Giovanna estava ao longe, mas às escutas. Quem morre derrama algo heróico. Talvez, porque apalpe um território que quem resiste desconheça. Ah! Nem há por quê. A sensação é mágica e o truque não é inteligível a ninguém. Sente-se isso, porque isso se apropria das repartições do sentimentalismo.
Era câncer. Quando o descobrem, geralmente, em vez de detectarem um tumor incipiente, deparam-se com uma metástase irremediável. Mas, muitos não sucumbem: vivem dez anos, quinze anos. Claro que com as fadigas e os sofrimentos a que a própria doença submete as criaturas. Outros, no entanto, são sugados pela fatalidade muito rapidamente.
Morte. Vida. Morte e vida. Morte diária e imperceptível. Caminhos invisíveis em prol da derradeira fatalidade que nos encobre. A vida é piegas... Por que não nos esquece às soltas? Namorado grudento! Quer saber? Ainda bem que existe a morte. Passam, todas as pessoas, por momentos tão perturbadores. Alguém ilustre disse que a vida não foi feita para dar certo. De fato!
É um Einstein que, ao contrário desta Humanidade, descobriu algo de que, neste instante, somente ele tem ciência. A morte mitifica... Eterniza-se pelas memórias dos sobreviventes.
Perseguido de Deus, desejo-lhe neste instante a serenidade que cobiçamos durante a peregrinação abstrata por que passamos no ínterim da existência; acho tão magnífica a idéia de não ter mais um automóvel a transportar de lá a cá, daqui para lá. Que a essência, que essa alquimia inerente a seus momentos na Terra tornem-se autônomas para irem a qualquer lugar, sem depender dos ventos e de qualquer outra empreitada celestial.

Nenhum comentário: