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14 de janeiro de 2007

Tributo ao CD ROM

Panqueca. Finíssima. O que transgride a estética típica da massa é o vazio que permite filosofias e imaginações mil e acaba por compor a estampa do utensílio. Fininho, desprezível, cabível em qualquer cantinho onde se guardam as inutilidades que as pessoas cismam arquivar. Assim é o tal. Ele é o tal.
Em inércia, é o sono cheio de recordações e de dinâmicas invisíveis. Não pára. Jamais pára. Está tudo ali intacto, como gavetas exageradamente organizadas de velhinhos já aposentados e de certa forma abandonados pelos agregados. Imagens. Sons. Textos. Nossas inteligências súbitas e fugazes ganham o tempo de uma tartaruga que resiste, enquanto tantas espécies sucumbem a um ventinho inusitado.
Ah! Como me acomodo, tendo-o disponível e a baixos custos. Abstenho-me da memória e credito toda a responsabilidade besta que a vida demanda nele. Minhas intempestivas luzes (ao meio do trânsito, no supermercado, nos funerais, nas situações em que o pudor faz campanhas e vence... ... ... ) peregrinam, com poucos trajes ou completamente nuas a ele. Ele é meu senhor. Salva-me da fraqueza do esquecimento, da inatividade.
Dorme muito. Há um acordo implícito entre a criação humana e a criação divina. Quando aceso, porém, é a extensão de tudo que penso, dos sentimentos contidos em palavras em acústicas em imagens.

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