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16 de fevereiro de 2008

Memória Seletiva


O professor pediu aos alunos que lessem, decodificassem e lhe entregassem – sob forma de resenha – o conteúdo de um livro sobre fotografias de um pesquisador de Harvard.
Danuza tem uma inteligência emocional e egocêntrica. Portanto, qualquer abordagem que permeie a sociedade dos sentimentos, dos conflitos psicológicos e psicodélicos lhe desperta interesse. Outras inclinações jornalísticas, literárias, no entanto, não lhe são muito bem vindas.
São quarenta e seis páginas, em que uma linguagem formal, aliada a um tema típico de quem se interessa pelas grandes causas do Universo, se organiza como incipientes civilizações rígidas e tensas diante de um novo conceito de se viver. Repelente textual. Não há o que consumir.
Os pares de olhos, quando chegam a qualquer lugar, investigam – aproveitando as habilidades laterais e longitudinais do globo ocular – as belezas, as misérias, as volúpias, as censuras, os pudores e experimentam aquilo de que gostaram. Rejeitam o repugnante.
O cérebro – furtivamente – evacua toda a sabedoria didática, sem interesses intrínsecos. Joga-a ao Nada. Coitada da boca aberta de quem estiver à mercê. Sabedorias descartáveis estão às soltas.

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