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11 de fevereiro de 2008

Ramiro Milhões



Ramiro talvez seja o indivíduo mais rico da Zona da Mata mineira. Nos registros econômicos da família, consta que seu avô – Marco Paulo – fabricava, através de uma receitinha caseira – notas de altos valores da moeda da época.
Com o dinheiro – transformista fez impérios, de cujos gozos desfrutam toda a descendência viva. Ramiro, o herdeiro mais jovem de Marco Paulo, aquele radicado em Minas há quinze anos, é um cara cosmopolita. Ser cosmopolita em cidadezinha provinciana repercute em reação. Como tudo. Conforme a existência precede a essência. Os carros lustrados, pintados à modernidade são mordomos do poder. O poder se enfurna em áreas inadequadas. Quando se o percebe, ele alfabetiza a variedade do âmago da espécie humana. A conduta dos sentimentos baseia-se – precipitadamente – no carro, na cútis, no músculo, na fragrância importada, no endereço, no círculo social. E, de repente, engasga-se no próprio equívoco. E sucumbe à primeira oportunidade de se entorpecer e de se alienar.

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