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9 de maio de 2005

Assaltos

Funerais livres de aparência e de hora marcada são a tônica de um domingo pós-ressaca de extravasada do sábado. A Natureza mudou a moda, desfilou todas as indumentárias disponíveis enquanto estive acesa e a minha natureza peculiar manteve-se inalterável; desbotou no fim do dia. Funerais e lágrimas sem águas do mar vinham a mim com a nitidez mais nítida que conheci neste até então itinerário pela vida. Minhas modas, minhas estações são versáteis. Depois de funerais, nada como um lindo buquê em nome da felicidade de ainda se poder lembrar de uma tristeza que agora esconde-se por trás destes limites ditatoriais. Todos os meninos, as meninas, uns e outros, meus previsíveis sentimentos e os excessos vivem latentes. Tudo que não se vive agora está latente. Há sempre uma pré-existência. Basta o fato sofrer uma mudança de estado. Para que minhas rosas ou meus solos áridos com chuvas raras adquiram um semblante. Não sei por que tenho mania de arquitetar o ininteligível.

Um comentário:

Anônimo disse...

Carol

Seu trabalho é forte e profundo; lembrou-me o pouco que eu li da Clarice Lispector. Impossível ficar indiferente. O principal é que vc tem estilo.

Fui eu que escrevi DESEJO CEGO, que sua mãe levou p/vc. Espero que agrade.

abraço

Léo Bomfim