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25 de maio de 2005

Expectativa

Saio com o meu fado indo à frente. Nunca fiz o tipo mandável. Ainda que aos hipermétropes e míopes pareça exageradamente flexível este meu jeitinho que agrada e desagrada, que faz desperceber ou engasgar. Meu fado me alimenta, me salva dos dias, me incrementa, me garante sabores atípicos. Sem minhas utopias, eu seria um vegetal enjaulado. Queria poder enxergar o mundo em pedacinhos e desvirginar novidades diariamente. Queria congelar o tempo dos segredos. E, quando enfim se descobrisse o embrião dos esconderijos, quando finalmente entendesse a despoesia de quase tudo, se findasse a carne com um derradeiro suspiro de qualquer sensação forte. Uma dor demandando um alívio, uma libido com memória incessante na vigília; sem a insipidez de voltar à condição de servo dos dias, de atleta que transcende os ponteiros.

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