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11 de maio de 2005

Conclusões acerca da vida

Não há conclusões a se chegar quando o assunto é vida. Vida é ter a consciência das manobras dos bastidores de tudo isto; vida é a dinâmica da Natureza; a exposição da Natureza; a beleza e estranheza da Natureza. Vida. Tão estranha é a evolução, a dessabedoria das coisas, a incessante condição de vassalagem, as sensações que se desbotam até o dia do findar de tudo. De todo o estado de consciência pelo menos. Qual é de fato a vantagem de ter a noção de tudo isso sem poder influir em nada? Qual o privilégio em ser ciente dos monstros sem poder remediá-los? Não há engenharia o suficiente para muros anti-erosões íntimas, mares de forças que vêm, não existe ciência mais forte que o que não se sabe. O que não se sabe é sempre o Império onipotente. É o que É de fato; o resto sempre fica na condição de transitoriedade. As confecções ficam sempre à mercê e, conseqüentemente, com a oscilação da moda do tempo, mudam-se. Mudar é a vida. Sair do miolo dos arbustos e ir em direção às civilizações, entrar na imundície de outras vidas fortes, que não sucumbem à precariedade, falar com a eloqüência cedida, emprestada, gritar todas as dores latentes de uma só vez, chorar até tornar-se mera carne; erradicar toda a fonte desta estranheza toda. A vida são as incumbências que nos foram dadas por um desejo de eterno repouso de alguém que teve a pretensão de enxergar a dinâmica de longe; ser espectador das idas, vindas, das vidas. A vida é um feixe desprovido de matéria que nunca vence pelo cansaço; que está sempre em vigília das aberrações do intrínseco. Vida: Vitrine inerente das plantas, acústica perfeita de passarinhos, consciência castradora dos indivíduos humanos. Talvez ser sem saber que se é valha mais a pena. Talvez vida de inseto seja mais gratificante.

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