Total de visualizações de página

12 de maio de 2007

Manchete da parte superior da capa de todos os jornais de circulação nacional: A VINDA DO PAPA BENTO XVI AO BRASIL.

Ao Brasil nada, à área mais cinza da Nação: ao estado de São Paulo, cujo ar é devoto de concentrações-poluidoras-trânsito-industriais.
COF, COF, COF.
Lencinho à mão com a dissimulação de acenar aos fiéis. Mas a pretensão-mor é assoar o nariz, afinal Deus lhe envia muita coriza nesse solo brasileiro. Choque cultural, choque ambiental.
O senhorzinho está exausto. Outorgaram-lhe uma agenda extravagante demais: ele incumbe-se de quase céu: está aqui e simultaneamente o Japão o saúda. Bento XVI já é antigo de guerra; é, portanto, a hora de ele curtir uma sesta prolongada. ZZZZZZZZZZZZZZ.
Todas as mídias, todos os habitantes de planetas próximos rumaram a Aparecida. É a fé movendo as pessoas? Não! É a intenção de exibir o novo nos meios de comunicação. Como Bentinho nos será útil: daqui a um ano, haverá o aniversário da primeira visita do Papa ao nosso solo. Os jornais terão momentos católicos engavetados e os exibirão e forçarão uma comoção e mudarão a entonação da voz. Programinhas de humor sem capacidade de criar farão caricatura do sotaque de Joseph Alois. Sósias e sósias dele surgirão.
A TV, principalmente, dá-nos a impressão de que a fé pode ser terceirizada, de que, ao estarmos atentos à palavra cristã, já dissuadimos Deus de todo mal que cometemos. É um bem unânime estar perante o Papa Virtual, diante da missa virtual, diante da hóstia virtual.

Nenhum comentário: