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18 de julho de 2006

18 de julho

Já vi esta idéia esfumaçada por outras consciências, mas como a tinha comigo, não considero plágio; sequer reprodução. Comemorar o quê? A mim há sim imensos e espessos motivos a se comemorar, uma vez que desde um tempo, tenho tido grande excitação pela Morte.
Agora, cores, balões que sugerem prosperidade, bolos deliciosos, risadas frenéticas, risadas de bruxas Onildas? A cada 18 de julho as pegadas aproximam-se do suave e atenuante Fim. Aniversariar é a decadência vital. São as células nos rejeitando. Cansando-se de ficar em nossa vigília.
Tenho apetite por faixas de lamento, telefonemas de pêsames, lágrimas de profunda tristeza. Estou me embaçando a cada número que se soma. Uma grande e única palma de mão sinaliza a despedida. O possante sofrimento de ir-se e apartar-se dos que se ama.
A morte engatinha como a Vida.
A morte é uma mulher dissimulada como a vida. Às vezes se pensa em um grande segredo. Num grande tesouro que uma mulher linda e secreta camufla. Mas, amiúde, pensa-se que as conseqüências são meras conseqüências sem causas, sem sentidos transcendentes.
Que a morte seja melhor que a vida. Que ela se disponibilize a extirpar a consciência. Anseio pela Inconsciência.

Um comentário:

Anônimo disse...

Carol,
Sua relação Morte/Vida/Morte... está cada vez mais epidérmica.
Não quis nada além do que desejar "FELICIDADES!" a você; ainda que (você) prefira "lágrimas de tristeza"...
Parabéns pelo texto, mais uma de suas intensas autofotografias.