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1 de julho de 2006

Acordes

Sábado. Toda a parafernália soprando ao encontro da Felicidade. Isenção de pendências sociais. Liberdade à Vida. Esta oferece às vezes o nocivo... Vai, sutil e gradativamente, extirpando as boas possibilidades de se viver bem, com tranqüilidade ao menos.
Ontem apelei a meus dotes culinários, decidi fazer um bolo, uma vez que o ovo do tédio iniciou-se num processo de trinca. Tapeio. Tapeio com meus próprios novelos... Com os tricôs que, quase outorgadamente fui induzida a aprender fazer. Ainda bem que desenvolvi o escapismo através das mãos... Ainda bem que consigo dissimular fortes intempéries com o compenetrado comportamento das palavras.
Mas ainda há restos de um côncavo solitário... Que atrai poeiras, que sofre o frio sem anticorpos, que sofre o calor que esturrica, que sofre a prepotência inabalável dos Tempos ditatoriais.
A orquestra flui nos ensaios... A consciência fica em vigília e em infindável refeição do bom, do apetitoso. Num súbito, quando se chega a hora da amostra, há um deslize, um tropeço inconsciente. E me quedo a depressões. Malditas, bruxas Onildas; não estava apta à vida.
Meu muro de lamentações tem massas salgadas frescas... Que não esbarrem em sua mais nova arquitetura. Meu muro de lamentações vive em reformas. Mas o coquetel de vitaminas e antidepressivos e tarjas pretas tem me ajudado a suportar. Suportar um gringo intragável que insiste em se alojar nas minhas dependências.

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