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5 de julho de 2006

Aniversário (emenda)

ESTE TEXTO É DEDICADO A UMA RECEITA QUE DEU CERTO: AO MARCELLO

Telefonemas, flores, olhos nos olhos. O dia em que se nasce ganha a memória dos céus, das formiguinhas que transitam aos arredores da casa, da mais atual conjuntura. O dia parece estender uma bancada especial àquele que faz aniversário.
Dezoito de Julho. Aniversário de uma Carolina, de uma Dolores, de um Saulo, de um Mauro, de um Eduardo... Todos acordam sobre o salto do constrangimento. Parece que detêm extravagâncias e que seus pais e irmãos ou os mais cúmplices, que são os primeiros a parabenizá-los, estão maltrapilhos, empobrecidos.
Parece-lhes que a nobreza daquele dia é oriunda de atitudes ilícitas e/ou de ações relapsas. Aniversariar constrange, inibe, maltrata. Toda pequenez do aniversariante se reúne em um mostruário colossal... Toda imundície à mostra. E os olhos de quem a vê, num comportamento canastrão, acaricia-a e a tapeia.
-Feliz Aniversário a você que é um doce... Um amor de pessoa... Um(a) menino(a) tão especial.
-Obrigado(a),,, obrigado(a),,, obrigado(a).
Reais emoções, emoções artificiais. A estas se poderia gravar todo pronunciamento dos que sofrem o castigo das comemorações.
Enquanto a vida útil do dezoito de julho resistir, haverá estouros esmagadores para festejar os objetos vivos que ainda prevalecem. Quando o céu se recolher e encolher o Universo, Carolina, Dolores, Saulo... ... Já estarão encarapuçados de mais quantidade de existência e livres das pendências sociais de receber telefonemas convenientes.
Que paguem juros, contas de água, contas de luz... Que protestem o aumento dos impostos. Que resolvam esses tipos de burocracias, mas, quanto a aniversários, deixem-nos às pinceladas da Grande Ampulheta que os comporta.

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